1999
DOI: 10.1590/s0103-40141999000100017
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Estado, ciência e política na Primeira República: a desqualificação dos pobres

Abstract: A PARTIR DA RECONSTITUIÇÃO de especificidades econômicas, políticas e sociais da Primeira República brasileira, no presente ensaio problematiza-se a transposição direta e integral, para este período da história do Brasil, da análise de Foucault das sociedades européias da virada do século dezoito, resultantes das revoluções industrial e política burguesas. Dando continuidade à tradição autoritária e clientelista das relações de classes no país, o primeiro período republicano pôs no arbítrio e na violência da p… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2
1
1

Citation Types

0
1
0
27

Year Published

2007
2007
2018
2018

Publication Types

Select...
5
4
1

Relationship

0
10

Authors

Journals

citations
Cited by 43 publications
(30 citation statements)
references
References 2 publications
0
1
0
27
Order By: Relevance
“…Pensar o lugar que as ciências da saúde acabam por ocupar nesse debate, ora justificando as impossibilidades de convivência em função de aspectos individuais dos estudantes (sejam orgânicos ou psicológicos), ora responsabilizando as classes populares e sua insuficiência cultural para o estabelecimento do diálogo e da experiência da vida na comunidade escolar, ora responsabilizando os educadores que, mal formados, não saberiam utilizar as técnicas adequadas para a aproximação com uma população tão marcada por impossibilidades (orgânicas, psicológicas, familiares, culturais) (GONÇALVES FILHO, 2015;ANGELUCCI, 2008;PATTO, 1999). Não se trata de produzir compreensões acerca do complexo cenário escolar, mas sim reduzir a problemas individuais ou, no máximo, a perfis grupais (professores, familiares, estudantes) as questões que são constitutivas da vida escolar (MOYSÉS; COLLARES, 2010).…”
Section: E Os Conflitos Na Escola?unclassified
“…Pensar o lugar que as ciências da saúde acabam por ocupar nesse debate, ora justificando as impossibilidades de convivência em função de aspectos individuais dos estudantes (sejam orgânicos ou psicológicos), ora responsabilizando as classes populares e sua insuficiência cultural para o estabelecimento do diálogo e da experiência da vida na comunidade escolar, ora responsabilizando os educadores que, mal formados, não saberiam utilizar as técnicas adequadas para a aproximação com uma população tão marcada por impossibilidades (orgânicas, psicológicas, familiares, culturais) (GONÇALVES FILHO, 2015;ANGELUCCI, 2008;PATTO, 1999). Não se trata de produzir compreensões acerca do complexo cenário escolar, mas sim reduzir a problemas individuais ou, no máximo, a perfis grupais (professores, familiares, estudantes) as questões que são constitutivas da vida escolar (MOYSÉS; COLLARES, 2010).…”
Section: E Os Conflitos Na Escola?unclassified
“…Eles representavam a outra face da moeda que se desejava encobrir (Pesavento, 1999). A disseminação da representação social negativa, de cunho racista, colocando os integrantes das classes subalternas em situação de inferioridade, fez parte da ideologia nascida no primeiro período republicano brasileiro (Patto, 1999), perpetuando-se mesmo durante o Governo Vargas, quando teve início o processo de institucionalização dos problemas sociais em todo o país (Adorno, 1996).…”
Section: A Explosão Da Subalternidadeunclassified
“…Inicialmente o desenvolvimento deste trabalho surgiu através de uma inquietação, ao perceber "falas prontas" no cotidiano acerca do encaminhamento de alunos para a avaliação especializada com queixa de "problemas de aprendizagem", ratificando o que já foi encontrado por Cabral e Sawaya (2001), Freller (1997), , Meira (2012), Patto (1999) e Sawaya (2002).…”
Section: Introductionunclassified