“…Não é admissível a manutenção de grandes glebas de solo sem nenhum tipo de utilização -seja edificação ou não-. Nesse sentido, o Estado tem papel fundamental, uma vez que somente ele pode aplicar os instrumentos legais já existentes e criar outros que visem a democratização do acesso ao solo, sem, no entanto, atingir os direitos proprietários da população, figurando o Estado como agente da coerção e do consenso, com claros rebatimentos no conceito de cidadania, a fim de legitimar o poder, nos termos de (GORENDER, 1988). Tal atuação estatal não impõe a mitigação da crítica à propriedade privada, símbolo do processo de consolidação do capitalismo, associado ao alargamento da exploração da força de trabalho humana, compondo um quadro que ergue e sustenta o capitalismo, conforme destaca Netto (2005).…”