“…Em nossa análise, tal seletividade ocorre de maneira não acidental, mas em detrimento de fatores históricos e socioeconômicos que circunscrevem a prática budista no Brasil. O budismo começou a ser praticado no país a partir da chegada dos primeiros imigrantes japoneses, os quais realizavam as práticas (a maioria da tradição Zen) em japonês (Usarski, 2008), fundando a primeira instituição budista brasileira somente em 1936 (Aveline, 2011). De forma similar, a tradição Vajrayana começou a ser praticada a partir da chegada de mestres tibetanos missionários ao Ocidente -em virtude da invasão chinesa ao Tibete -, e foi somente em 1984 que a primeira instituição budista Vajrayana brasileira foi fundada (Canever, 2015), cujas práticas eram realizadas em tibetano (Rinpoche, 2012) e as poucas traduções disponíveis eram em língua inglesa, limitando não somente o acesso como também a interação com os professores e com a literatura.…”