Neste texto, estamos discutindo a categoria ambivalência abordada inicialmente no país pelo sociólogo Florestan Fernandes. Temos o objetivo de compreender o que é ser índio com foco nas comunidades Xukurus do município de Pesqueira, a partir dessa conceituação. Justificamos nosso estudo pela afirmação identitária e consciente que transita entre dois mundos opostos, contraditórios, duas visões distintas, a do colonizador oriunda da dominação e a outra indígena emergente. Usamos como eixo temático as discussões teóricas fundamentadas em Zygmunt Bauman - o indivíduo e povos ambivalentes, no seio da pós-modernidade, João Pacheco de Oliveira Filho - a etnologia em foco nas perdas e relativização do território social pela memória e pertencimento, Arruti – a discussão diacrítica na definição das fronteiras étnicas no contexto indígena do nordeste brasileiro. Com relação à metodologia, este trabalho se fundamenta na abordagem qualitativa, com análise de fontes documentais e bibliográficas constituídas por obras de referência, trabalhos acadêmicos, matérias jornalísticas, documentos em sites etc. Através da análise de conteúdos e parâmetros indiciários, bem como nas imagens e contraimagens ambivalentes a partir de Bauman, procuramos interpretar as afirmações e negações no discurso do ser índio Xucuru com implicações identitárias históricas e culturais.