“…1991a, p. 193-213), foi deflagrar uma espécie da "revanche" da dimensão cosmológico-religiosa, por sobre a ação consciente tanto daqueles religiosos (embevecidos com a eficácia da mediação sócio-analítica) quanto de estudiosos que a tomavam como único crivo para a análise da atuação da Igreja. Isto se deu no próprio processo social quando a "linguagem religiosa contaminou o campo da luta popular" nos anos 1970 (MONTERO, 1999, p. 335) Nesse particular, talvez convenha lembrar da reflexão de Claude Riviére, que na introdução ao seu livro sobre "liturgias políticas" assevera que, embora "liturgia" seja um termo de conotação religiosa, "não há movimento político de partido ou de regime que deixe de recorrer à série de atos solenes, repetitivos e codificados, de ordem verbal, gestual e postural, de forte conteúdo simbólico" (RIVIÉRE, 1989, p. 13 MARIZ, 1994;ORO, 1996;PRANDI, 1997;CARRANZA, 2000;2005;MAUÉS, 2000;STEIL, 2003a;SILVEIRA, 2000;, também sobre as novas estratégias midiáticas da Igreja Católica (CARRANZA, 2005;SOUZA, 2005;OLIVEIRA, 2003) e de sua associação com esferas da vida profana, como o turismo, lazer, gênero, juventude, política, ecologia (STEIL, 1998;CAMURÇA, 1998;MIRANDA, 1999;MARIZ, 2005) e ainda sobre as crenças do "catolicismo popular" em transformação pela presença das dinâmicas carismático-midiáticas apontadas acima (SEGATO, 1999;MARIZ, 2002;ALMEIDA, 2003;STEIL, 2003a;REESINK, 2003;CAMPOS, 2003;BARRETO;CAMURÇA, 2003).…”