1997
DOI: 10.1590/s0103-20701997000100008
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

A arma e a flor: formação da organização policial, consenso e violência

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1
1
1

Citation Types

0
0
0
22

Year Published

1999
1999
2007
2007

Publication Types

Select...
5
3

Relationship

0
8

Authors

Journals

citations
Cited by 28 publications
(22 citation statements)
references
References 2 publications
0
0
0
22
Order By: Relevance
“…Por conseguinte, a consideração da segurança pública como assunto relevante para a construção da democracia e objeto da ciência social vem se consolidando apenas a partir dos anos 1990. b) Sobre a urgência de tratar o tema do risco e da vitimização dos policiais: há necessidade de superarmos o vazio da ciência social em relação ao setor serviços e os problemas ideológicos que excluíram os agentes de segurança da pauta da cidadania. A literatura atual só agora vem apresentando aumento de investigações sobre essa categoria de servidores públicos 5,8,15,17,18,19,20,21,22,23 . c) Sob o ponto de vista da opinião pública: o serviço de segurança pública no Rio de Janeiro é malvisto e malquisto pela população por motivos diversos: os cidadãos das classes médias e abastadas reclamam da insegurança e da ineficiência policial, pois esperariam mais rigor e vigilância dos pobres "criminógenos", em função da ordem burguesa; a população pobre e moradora das periferias sente-se discriminada e maltratada pelos agentes da lei; e os delinqüentes os consideram inimigo número um, buscando evadir-se de seu olhar ou mesmo controlá-los e confrontá-los, escudados exatamente na sua "má fama".…”
Section: Discussões E Conclusõesunclassified
See 1 more Smart Citation
“…Por conseguinte, a consideração da segurança pública como assunto relevante para a construção da democracia e objeto da ciência social vem se consolidando apenas a partir dos anos 1990. b) Sobre a urgência de tratar o tema do risco e da vitimização dos policiais: há necessidade de superarmos o vazio da ciência social em relação ao setor serviços e os problemas ideológicos que excluíram os agentes de segurança da pauta da cidadania. A literatura atual só agora vem apresentando aumento de investigações sobre essa categoria de servidores públicos 5,8,15,17,18,19,20,21,22,23 . c) Sob o ponto de vista da opinião pública: o serviço de segurança pública no Rio de Janeiro é malvisto e malquisto pela população por motivos diversos: os cidadãos das classes médias e abastadas reclamam da insegurança e da ineficiência policial, pois esperariam mais rigor e vigilância dos pobres "criminógenos", em função da ordem burguesa; a população pobre e moradora das periferias sente-se discriminada e maltratada pelos agentes da lei; e os delinqüentes os consideram inimigo número um, buscando evadir-se de seu olhar ou mesmo controlá-los e confrontá-los, escudados exatamente na sua "má fama".…”
Section: Discussões E Conclusõesunclassified
“…Alguns autores 3,4,5,6,7,8 analisam as similitudes dos vários tipos de polícia no mundo e especificam seu papel nos países periféricos. Mostram que, nos últimos, os policiais tendem a exceder o seu poder, a agir com truculência, a privilegiar as classes dominantes, acrescentando à sua missão constitucional uma terceira dimensão de ordem axial e atitudinal que os tornam autores de várias formas de violência ilegítima, sobretudo contra os pobres e o povo em geral.…”
Section: Introductionunclassified
“…Muitos autores têm relacionado o surgimento das polícias modernas à sua utilização no controle de atividades de massa e das "classes perigosas" (Santos, 1997;Silver, 1967). Os exércitos haviam funcionado c o m o m e c a n i s m o s d e e m e rg ê n c i a , a l t e r n a n d o e n t re a não-intervenção e os mais drásticos procedimentos (Silver, 1967:12).…”
Section: O Campo Institucional Policialunclassified
“…A nova organização era, ao mesmo tempo, repressora -na medida em que exercia o monopólio da violência física legítima -e protetora -uma vez que existia para garantir um consenso social. Santos (1997) chamou essa ambivalência entre o exercício da coação física e a promoção do consenso de "dilema entre a arma e a flor". Na democracia, as três funções policiais experimentam esse dilema.…”
Section: A Caminho Da Unificação?unclassified
“…Ainda que muito possamos discutir sobre o impacto da globalização no país, ou como o Estado brasileiro se constitui, a "crise de Estado" será constantemente invocada pela comunidade intelectual brasileira para a discussão e compreensão da violência. Tal questão será abordada seja pela crise de legitimidade, seja pelo viés da não garantia de direitos sociais e, especialmente, da violação dos direitos civis (Velho, 1996;Pinheiro, 1997;Santos, 1997;Lima, 1997;Cardia, 1997;Mesquita Neto, 1999). Serão focadas, com grande destaque, as violências em que o próprio Estado atua como sujeito, seja de forma: 1) direta, quando representantes de instituições públicas perpetram, como autores, a violência de forma ilegítima ou ilegal -a violência policial é um modelo típico; 2) indireta, que designa omissão quanto à garantia de direitos sociais básicos (educação, saúde, alimentação, segurança, moradia, entre outros); 3) representacional e moral, encarnada nas práticas de corrupção de agentes estatais, na ilegalidade de ações de representantes públicos e na impunidade dessas ações.…”
Section: A Violência Como Realidade E Desafio Aos Serviços De Saúdeunclassified