Este trabalho analisa a mobilização de capacidades docentes para o trabalho com oralidade na escola. Desenvolvemos uma pesquisa com alunos de Letras, enfocando práticas reflexivas com dois instrumentos mediadores: o estudo de caso e atividades de livro didático. Como base teórica, optamos por uma vertente que prioriza o estudo da linguagem pelo viés social, o Interacionismo Sociodiscursivo. Nessa vertente, é possível não só analisar as práticas de linguagem em contextos específicos como articulá-las a propostas didáticas. Realizamos uma pesquisa-ação com 25 graduandos de Letras em estágio obrigatório. Como resultados, a interação em sala de aula com o uso dos instrumentos permitiu mobilizar capacidades docentes para o trabalho com oralidade, não apenas pelas propostas veiculadas na atividade do livro e no estudo de caso, mas, sobretudo, porque imersos em estágio, foi possível contrapor as atividades relatadas ao contexto escolar. Concluímos que é possível realizar uma formação que supere a transmissão de conteúdos, mobilizando capacidades para as práticas de oralidade na escola, locus privilegiado de formação.