“…Ademais, é importante mencionar que o desastre não rompe/colapsa nem o dispositivo empresarial, a Samarco, nem o que podemos chamar de "capitalismo de desastre" (KLEIN, 2008). Uma "deseconomia de escala", um desastre, origina novas economias de escala, novas fontes de lucratividade (RODRIGUES, 1998), promovendo a apropriação privada e mercadológica do desastre, ao acionar todo um complexo técnico, midiático, de engenharia, de construção, de consultorias etc.. Assim, o desastre figura, para alguns, como uma fonte de lucros e, para a maioria, como uma fonte de destruição, com danos mais brutais para os mais vulneráveis. Nesse quadro, a empresa prossegue com seu poder ilimitado, evidenciando sua "resiliência" ao desastre, já que Vale e a BHP, proprietárias da Samarco, seguem com lucros da ordem de bilhões de dólares.…”