O projeto do submarino nuclear brasileiro

Abstract

O artigo procura reconstruir a trajetória do programa do submarino nuclear brasileiro desde suas origens, no governo Geisel, aos dias atuais. Lançando mão do conceito de oportunismo tecnológico, procura analisar a atitude dos diferentes governos federais sobre o projeto, mostrando que os governos neoliberais de Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso cortaram radicalmente verbas para o programa, sem, no entanto, suspendê-lo por completo. Surpreendentemente, parece haver uma continuidade entre os governos militares e o governo Lula, quanto ao apoio decidido à ideia do submarino nuclear. Quanto às relações de força na Marinha, o texto conclui que não há divergências significativas sobre a relevância do programa, o que não exclui choques de personalidades navais, em virtude do caráter autárquico assumido pelo projeto e da dificuldade de continuá-lo apenas com verbas da própria força. O artigo utilizou entrevistas recentes com atores-chaves do processo.

The Defense-Development Nexus: Brazilian Nuclear Policy under the Workers’ Party Administrations

“…In contrast, we argue that the spill off claim is important to the extent that it makes certain investments possible to the detriment of others. power with the election of Luis Inácio Lula da Silva and the Roussef administration continued to further develop it (Martins Filho 2011.…”

O Programa de Construção de Submarinos (PROSUB) do Brasil

“…Em 2008, o Brasil assinou parceria estratégica com a França para a construção de "quatro submarinos diesel-elétricos da classe Scórpene e do casco do submarino que abrigará a propulsão nuclear, a serem fabricados no Brasil, além da construção, na Baía de Sepetiba, litoral do Rio de Janeiro, de uma nova base para a Força de Submarinos". 73 A construção dos submarinos convencionais no Brasil começou em julho de 2011 e está sendo realizada em seções. Em fevereiro de 2018, foi realizada a cerimônia de integração das seções do primeiro dos quatro submarinos convencionais que estão sendo construídos.…”

“…III (and Annexes) on the Control of Armaments, October 23, 1954, acessado 20 de maio de 2017, http://avalon.law.yale.edu/20th_century/we005.asp. Conselho de Segurança Nacional 66 e a Marinha do Brasil: aquele estaria incumbido de financiar "os experimentos com o enriquecimento do urânio [...], enquanto a Marinha patrocinaria [...] o projeto dos reatores" 67. A falta de participação do Congresso Nacional e da sociedade sujeitou o Destarte, o programa do submarino de propulsão nuclear deixou de ser uma meta da Força Naval e passou a ser interesse do Estado.…”

Soft Power, Hard Aspirations: the Shifting Role of Power in Brazilian Foreign Policy

“…Over the coming decade, Brazil aims to build four new diesel-electric propelled submarines, and one nuclear-powered submarine. France is transferring technology for the submarine hull, and Brazil will use its own technology for the nuclear reactor (MARTINS FILHO, 2012). In very general terms, both Brazilian policymakers and journalists have pointed out that a nuclear submarine would be invaluable as a deterrent factor to protect the increasingly important offshore oil fields along Brazil's coasts (CAVAS, 2009;MARTINS FILHO, 2012, pp.…”