Organizações internacionais: história e práticas

Abstract

A origem das organizações internacionais contemporâneas remonta a meados do século XIX com a criação de mecanismos institucionalizados que facilitavam a cooperação técnica entre as potências européias da época. Ao longo do século XX, sobretudo nos períodos imediatamente posteriores às grandes guerras e à Guerra Fria, há o florescimento de diversas organizações internacionais, reorganizadas ou formalmente criadas a partir de acordos ou regimes das mais variadas áreas temáticas, da segurança à economia, passando ainda pela extensa área social. Embora a história das organizações internacionais não seja recente, seu estudo enquanto fenômeno das relações internacionais só passa a ser realizado com mais vigor após o fim da Guerra Fria, salvo raras 217 * Resenha recebida em abril e aceita para publicação em maio de 2005.

Regionalismos e Migrações Internacionais na América do Sul: Contexto e Perspectivas Futuras sobre as Experiências na Comunidade Andina, no Mercosul e na Unasul / Regionalisms and International Migration in South America: Context and Future Perspectives on the Andean Community, Mercosur and Unasur Experiences

“…Os primeiros surgiram no cenário bipolar da Guerra Fria e foram analisados como processos de caráter endógeno com objetivos específicos na busca do desenvolvimento das nações implicadas e proteção dos próprios mercados (HETTNE, 2002). Em termos gerais, estes regionalismos aceitam como membros exclusivamente os países que fazem parte da região e têm como princípio o compartilhamento da história e de valores comuns, assim como a existência de sistemas políticos semelhantes entre os Estados Partes (HOFFMANN;HERZ, 2005). Já os regionalismos abertos surgem na ordem mundial multipolar e se analisam como respostas ao desafio exógeno representado pela globalização e como processos de integração inclusiva ampla e multidimensional (HETTNE, 2002) que transcendem esferas de cooperação tradicional como a economia e a segurança (SÖDERBAUM, 2003) e visam atingir a liberalização multilateral através da eliminação de barreiras comerciais entre seus membros, prevendo também a extensão dos benefícios a terceiros países.…”

Mercantilização da natureza: o mercado fictício-ambiental de carbono e a nova forma de reprodução ampliada do capital

“…Operando por meio de diversas agências e órgãos, como a CEPAL -Comissão Econômica para a América Latina e Caribe, as quais tinham o intuito de melhorar a condição de vida da população da periferia do sistema, a ONU espraiou-se pelo mundo, atuando em diversas frentes sob as mais variadas tipologias de organizações e comissões. (HERZ, HOFFMANN, 2004). Corrobora essa visão Lago (2006), ao assinalar que esse salto escalar no trato da questão ambiental se deu porque nos países tidos como desenvolvidos, diversos problemas ambientais estavam afetando cidades e comunidades 70 .…”

“…Importante é compreender também que algumas questões, econômicas, ambientais, sociais, culturais entre outras, que mais afetam o dia-a-dia da população, só podem ser entendidas se há a compreensão do papel e do funcionamento dos organismos intergovernamentais na elaboração e no incentivo a sua implementação (HERZ, HOFFMANN, 2004).…”

“…Assim, congregam debates setorizados em um único vetor agregador das ações cooperativas: as mudanças climáticas, com novas formas de enfrentamento da questão, como a multilateralidade, a evolução científica e ações em conjunto (podendo ser sob Convenção-Quadro ou mesmo sob a ONU), em uma ampliação da agenda, inserindo um ideário de segurança coletiva (MILANI, 2008) ou de Estado assegurador (HERZ, HOFFMANN, 2004;FARIAS et. al, 2013).…”

Mulheres No Setor Nuclear E as Políticas De Transversalização De Gênero Da Agência Internacional De Energia Atômica (Aiea)

“…Cabe lembrar que a AIEA é um organismo internacional autônomo, que responde diretamente à Assembleia Geral e ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) (Herz;Hoffmann, 2004). Criada em 1957, em resposta aos profundos temores e expectativas geradas pelas descobertas de diversos usos da tecnologia nuclear, a AIEA tem como responsabilidades principais prevenir a disseminação de armas nucleares e o uso indevido de materiais destinados à energia nuclear em todo o mundo (Scheinman, 1987), além de transformar o poder do átomo em benefício da humanidade, por intermédio dos projetos de cooperação técnica, que contribuem sobremaneira para a melhoria do desempenho de vários segmentos da indústria, da agricultura, bem como para a relevante função social derivada do uso de técnicas nucleares na medicina.…”