Poder inteligente: a questão do HIV/AIDS na política externa Brasileira

Abstract

O autor discute a faceta internacional da política brasileira sobre HIV/AIDS e sua relação com outras áreas da política externa, como propriedade intelectual e direitos humanos. Para isso, utiliza-se dos conceitos de Joseph Nye Jr. de soft power e hard power. Este reflete a capacidade de um ator fazer com que outros sigam sua posição, mesmo contra a vontade. Aquele consiste na capacidade de um ator atrair outros livremente para sua posição. O ensaio analisa a importância, nas relações internacionais, dos meios de comunicação, das ONGs, da opinião pública e das instituições interestatais, que não somente possuem soft power próprio, mas também desempenham papel relevante no fortalecimento do soft power dos países. O autor avalia a influência desse tipo de poder nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos, bem como em foros multilaterais como as Nações Unidas e a Organização Mundial do Comércio. O artigo analisa, igualmente, o papel do hard power nas relações internacionais e avalia por que os países não podem dispensá-lo. Embora o soft power venha de fato tornando-se cada vez mais importante nos últimos anos, a combinação dos dois tipos de poder continua sendo a política mais correta a ser seguida. A política externa brasileira de HIV/AIDS constitui exemplo ilustrativo.

O diálogo entre saúde e política externa na cooperação brasileira em bancos de leite humano

“…This example is important as it illustrates a possible relationship between soft power and health, and the importance of the latter in Brazil's foreign policy agenda. Based on the above it is clear that one of the reasons explaining the progress this country made on this is the credibility it acquired through soft power 17 . This conclusion is manifest as it was possible to mobilize even civil society in countries contrary to Brazil's position.…”

“…When dealing with this problem and to address the issue domestically, the government sought the support from nations in a similar situation such as India, Thailand and South Africa and NGOs. It also focused on making civil society aware of the issue [16][17][18] . Not only did Brazil succeed in this regard (resulting in both soft and hard power, the latter in the economic field 16 ), this contributed to strengthening the country's position in international discussions involving trade, intellectual property, healthcare and human rights, in a spillover effect.…”

From Tegucigalpa to Teheran: Brazil's diplomacy as an emerging Western country

“…Consequently, Brazil was also forced to take certain diplomatic positions that it might not have under other circumstances, and its votes in the UN were aligned with those of the Arab world in 1974and 1975(Sharif 1977. Nevertheless, Silva and Pilla (2012) show that-due to changes in the international scenario-the relationship between Brazil and the Middle East once again shifted in the 1990s, when Brazil's diplomacy became more aligned with that of the USA and other developed countries.…”

Forty Years of the United Nations General Assembly Resolution 3379 (XXX) on Zionism and Racism: the Brazilian Vote as an instance of United States - Brazil Relations

“…That analysis of foreign policy, however, takes mostly into account some key aspects of Brazil's international relationship, but not necessarily reflect the role of the Middle East, which was a peripheral arena during that period (Sochaczewski 2004;Silva and Pilla 2012). In the early years of the Cold War, Brazil had very rarified relations with the Middle East and most issues tended to surface at the UN.…”