Inversões do papel de gênero: "drag queens", travestismo e transexualismo

Cardoso, Fernando Luíz

doi:10.1590/s0102-79722005000300017

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“…A identidade de gênero seria a convicção do indivíduo a respeito do sexo ao qual acredita pertencer. 15 Os estudos do psiquiatra e psicanalista Robert Stoller também foram importantes para a compreensão do tema. Stoller criou o conceito de "núcleo de identidade de gênero" e afirmou que a identidade masculina ou feminina é estabelecida no segundo ou terceiro ano da vida do indivíduo.…”

Section: Resultsunclassified

“…Podem-se distinguir dois grupos de transexuais: aqueles que vivem continuamente como mulheres, mas não se submeteram à cirurgia de mudança de sexo; e os transexuais que se submeteram à cirurgia. 15 Sendo assim, a cirurgia de transgenitalização não constituiu critério para a realização desta pesquisa, visto que não é critério para definir uma mulher transexual. A orientação sexual também não foi critério para realização da pesquisa, visto que a mesma busca compreender a identidade de gênero, o que difere fundamentalmente da orientação sexual.…”

Section: Materiais E Métodosunclassified

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A Mulher Transexual No Discurso Contemporâneo: Um Estudo De Caso

Dieguez¹

2016

DEMETRA

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Transsexualism has been increasingly discussed in the media and other means. However, one cannot treat such a broad topic without questioning one of the pillars of society: the difference between sexes. This discussion is necessary, since transsexual individuals contradict the roles of predetermined genders according to biological sex. In this paper, we have made an analysis of a case study of a transsexual woman. A transsexual woman is a person who has been designated as male at birth, but considers herself to be a woman. Throughout the interview, which consisted of 18 questions about the experience of transsexualism, various aspects of the interviewee's discourse were revealed. They pointed to the difficulty on finding her place in society, because individuals only become intelligible in society when they identify themselves with either the male or female gender. In addition, it is assumed that there are only two possible genders, and that they should follow predefined standards. These standards are assumed to have been built from historically established relations of domination. Based on these concepts, transsexual people become marginalized and pathologized by scientific discourse, which creates many difficulties for them to be recognized. Based on the case study, we could also discuss the representations of femininity. After the interview, a content analysis was performed and the results pointed to a quest by the interviewee to find her place in the middle of a gendered and heteronormative society.

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Section: Resultsunclassified

Section: Materiais E Métodosunclassified

A Mulher Transexual No Discurso Contemporâneo: Um Estudo De Caso

Dieguez¹

2016

DEMETRA

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“…Como afirma Frignet (2000, p. 93), "esse imperativo [da alteração legal do nome e do sexo] é tão poderoso que, para certos médicos, assistentes médico-sociais e também, curiosamente, para alguns juristas ou magistrados, a mudança de estado civil torna-se parte integrante da terapêutica". Os estudos brasileiros confirmam que um dos maiores obstáculos para inclusão social e afetiva da pessoa transexual se refere às questões jurídicas relacionadas à mudança de nome e sexo no Registro Civil e consolidam a concepção -inclusive na jurisprudência nacional -de que a alteração da identidade do sujeito transexual é parte integrante e fundamental do tratamento (ATHAYDE, 2001;SAADEH, 2004;SOUZA, 2004;CARDOSO, 2005).…”

Section: A Legitimidade Da Alteração Da Identidade Sexualunclassified

Limites e possibilidades do exercício da autonomia nas práticas terapêuticas de modificação corporal e alteração da identidade sexual

Ventura

Schramm²

2009

Physis

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As normas brasileiras condicionam o acesso às modificações corporais para alteração da identidade sexual à confirmação do diagnóstico psiquiátrico de transexualismo - transtorno de identidade de gênero ou sexual -, e o acompanhamento psiquiátrico por dois anos para sua realização. O desconforto com o sexo anatômico e o desejo de a pessoa modificar a genitália para a do sexo oposto é o principal critério definidor do diagnóstico de transexualismo. A cirurgia de transgenitalização é considerada etapa final do tratamento, e vem sendo admitida pela instância judicial como condição necessária para a alteração da identidade sexual legal. O artigo discute o conflito moral entre o sujeito transexual e as normas vigentes em relação ao exercício da autonomia individual nas práticas terapêuticas, aplicando as ferramentas da bioética, a partir da análise dos argumentos utilizados pelas instâncias de saúde e judicial sobre o tema, nos artigos, documentos e decisões judiciais nacionais. Observa-se que houve avanços no acesso aos recursos terapêuticos e legais, mas as limitações e restrições ainda impostas ao exercício da autonomia do/a transexual podem ter efeitos negativos para a saúde e os direitos daqueles não considerados pela norma vigente como "verdadeiros transexuais". Os direitos da pessoa transexual à assistência integral à saúde, inclusive sexual, e ao livre desenvolvimento de sua personalidade são infringidos no momento em que a autonomia do paciente não é adequadamente preservada pelas normas vigentes, convertendo-se os direitos humanos num tipo de dever de a pessoa adequar-se à moralidade sexual dominante.

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“…Estes fatores podem ser biológicos, sociais, psicológicos e culturais e, basicamente, compõem a sexualidade por meio de três elementos, que são: o sexo biológico 1 , a orientação sexual 2 e a identidade de gênero. As infinitas formas de expressão e vivência da sexualidade concentram--se em um conceito, chamado diversidade sexual (Cardoso, 2005; Governo do Estado de São Paulo, 2014).…”

Section: Introductionunclassified