Com o avanço recente dos recursos tecnológicos, a produção de fotografias se popularizou cada vez mais em todos os contextos da atividade humana. Especificamente no âmbito da pesquisa qualitativa, a fotografia tem sido usada principalmente como instrumento para a produção de dados. Muitas vezes, contudo, a forma como é utilizada não contempla as potencialidades desse recurso, deixando de considerar a expressão das subjetividades de pesquisadores e participantes da pesquisa em seu contexto cultural e histórico de produção. A partir dos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural de Lev Vigotski, este artigo de cunho teórico tece reflexões acerca do uso da fotografia em pesquisas qualitativas; enfatiza também a necessidade de considerar as imagens fotográficas como elementos que conferem significado e possibilitam a construção de novos sentidos à fotografia. Busca-se, assim, contribuir a uma compreensão da utilização dos registros fotográficos, que coadune os pressupostos de uma abordagem realmente qualitativa de pesquisa.