2014
DOI: 10.1590/s0102-71822014000500023
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Instituição militância em análise: a (sobre)implicação de trabalhadores na Reforma Psiquiátrica brasileira

Abstract: RESUMOO artigo parte da problematização do conceito de instituição para propor um debate acerca do processo de institucionalização da Reforma Psiquiátrica em curso no Brasil. Tomando a própria Reforma como instituição, levanta possíveis processos conservadores operando no seio do movimento, o qual resultou na Lei que redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Discute, a partir daí, a implicação de trabalhadores da rede de saúde, muitas vezes confundida com a militância que, na sua maioria, os mesmos ta… Show more

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“…Com isso, observa-se que as práticas extramuros não são destaque nas atividades rotineiras desenvolvidas pelos participantes de nenhuma categoria profissional (gerente ou não). Essa situação é denominada por Vasconcelos e Paulon de "cronificação do cotidiano dos serviços", que se configura por meio da automação das práticas, pela construção de uma "grade" de atividades estereotipada e, quase sempre, inalterada 11 .…”
Section: O Papel Dos Gestoresunclassified
“…Com isso, observa-se que as práticas extramuros não são destaque nas atividades rotineiras desenvolvidas pelos participantes de nenhuma categoria profissional (gerente ou não). Essa situação é denominada por Vasconcelos e Paulon de "cronificação do cotidiano dos serviços", que se configura por meio da automação das práticas, pela construção de uma "grade" de atividades estereotipada e, quase sempre, inalterada 11 .…”
Section: O Papel Dos Gestoresunclassified
“…O campo da atenção à saúde mental no cenário brasileiro passou por uma série de transformações paradigmáticas, visando à superação da lógica manicomial e consolidação do modelo psicossocial de atenção, pautado pelas noções de desinstitucionalização, reabilitação psicossocial e emancipação da pessoa em sofrimento psíquico. Se por um lado observou-se nas últimas décadas uma considerável expansão dos serviços substitutivos, por outro ainda permanecem como desafios a superação da lógica manicomial no cotidiano dos serviços e a efetiva consolidação de um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária visando, além do acesso, a qualificação e ampliação das ações e serviços (E. C. Pereira & Costa-Rosa, 2012;Vasconcelos & Paulon, 2014).…”
Section: Introductionunclassified
“…A noção de desinstitucionalização ganhou então destaque, sendo esta compreendida não apenas como a saída da instituição psiquiátrica, mas como a ruptura com os paradigmas reducionistas, com a cultura e a lógica manicomial, tendo em vista a transformação das relações tradicionalmente estabelecidas com a loucura e com as pessoas em sofrimento psíquico (Lucena & Bezerra, 2012;Martinhago & Oliveira, 2015;Rotelli, 2000;Saraceno, 2001;Yasui, 2006). Portanto, a desinstitucionalização não deve ser confundida com desospitalização que, embora pressuponha o desmonte das condições físico-estruturais, não avança como trabalho micropolítico de desconstrução da lógica manicomial, para além dos muros institucionais (Vasconcelos & Paulon, 2014).…”
Section: A Construção De Um Novo Modelo De Atenção Em Saúde Mentalunclassified
“…Com a promulgação da Lei n. 10.216, a política de saúde mental adquire maior sustentação, sendo criadas linhas específicas de financiamento para os serviços abertos e substitutivos ao hospital psiquiátrico, bem como estabelecidos mecanismos para sua fiscalização, gestão e acompanhamento (Heidrich, 2007;Lucena & Bezerra, 2012;Ministério da Saúde, 2005 Observa-se desde a criação dos primeiros serviços substitutivos, uma importante expansão de tais dispositivos. Apesar disso, para garantir um efetivo processo de desinstitucionalização e reabilitação psicossocial é necessário estar atento ao risco de se reproduzir a lógica manicomial nos aparelhos substitutivos que se propõem a combatê-la (Dimenstein, 2004;Maciel, 2012;Martinhago & Oliveira, 2015;Pereira & Costa-Rosa, 2012;Vasconcelos & Paulon, 2014). Torna-se, assim, fundamental a construção de novos modelos de atenção e cuidado, que levem em consideração os novos dispositivos e objetivos com que se opera, como, por exemplo, as noções de território, rede e intersetorialidade que integram as novas políticas públicas de saúde (Bezerra Jr., 2007).…”
Section: A Construção De Um Novo Modelo De Atenção Em Saúde Mentalunclassified