2013
DOI: 10.1590/s0102-71822013000600014
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Função de publicização do acompanhamento terapêutico: a produção do comum na clínica

Abstract: Este artigo discute o Acompanhamento Terapêutico (AT) como dispositivo clínico-político e suas implicações na atenção à saúde mental no contexto da Reforma Psiquiátrica no Brasil. O AT surgiu num movimento de desinstitucionalização da loucura, tomando a cidade como campo de experimentação e inserindo-se para além dos estabelecimentos de saúde. Esse dispositivo realiza uma "clínica sem muros", problematizando a um só tempo a doença mental e a sua relação com os espaços urbanos, interrogando radicalmente as prát… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2

Citation Types

0
0
0
8

Year Published

2016
2016
2019
2019

Publication Types

Select...
2
1
1

Relationship

0
4

Authors

Journals

citations
Cited by 4 publications
(8 citation statements)
references
References 2 publications
0
0
0
8
Order By: Relevance
“…Tendo em vista o cenário histórico e político que questionou a lógica manicomial no Brasil, Lemke e Silva (2013, p. 10) expressam que "foi nesse contexto que o AT, em função da singularidade de sua prática, foi ganhando uma função estratégica nos processos de desinstitucionalização". Com a criação e implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), ocorrem mudanças no AT em território brasileiro, de modo que em 1990 o AT é inserido nos serviços do SUS, e principalmente, nas ações ofertadas pelos CAPS e Serviços Residenciais Terapêuticos (Gonçalves & Barros, 2013). Entretanto, outros autores sinalizam os primórdios do AT no Brasil já nas décadas de 60 e 70 (Guerra & Milagres, 2005;Araújo, 2005;Pitiá, 2006;Londero & Pacheco, 2006;Pitiá & Santos, 2006;Berlinck, 2010).…”
Section: Total De Artigos Selecionados: 32unclassified
See 1 more Smart Citation
“…Tendo em vista o cenário histórico e político que questionou a lógica manicomial no Brasil, Lemke e Silva (2013, p. 10) expressam que "foi nesse contexto que o AT, em função da singularidade de sua prática, foi ganhando uma função estratégica nos processos de desinstitucionalização". Com a criação e implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), ocorrem mudanças no AT em território brasileiro, de modo que em 1990 o AT é inserido nos serviços do SUS, e principalmente, nas ações ofertadas pelos CAPS e Serviços Residenciais Terapêuticos (Gonçalves & Barros, 2013). Entretanto, outros autores sinalizam os primórdios do AT no Brasil já nas décadas de 60 e 70 (Guerra & Milagres, 2005;Araújo, 2005;Pitiá, 2006;Londero & Pacheco, 2006;Pitiá & Santos, 2006;Berlinck, 2010).…”
Section: Total De Artigos Selecionados: 32unclassified
“…Na Argentina dos anos 60, o "acompanhante terapêutico" ainda era conhecido como "amigo qualificado" e exercia a função de estar junto com o paciente em seu cotidiano e auxiliá-lo quando necessário. Contudo, tal termo caiu em desuso, considerando o valor de amizade e pouco valor profissional que lhe poderia ser atribuído (Araújo, 2005;Londero & Pacheco, 2006;Nogueira, 2009;Pitiá & Furegato, 2009;Berlinck, 2010;Gonçalves & Barros, 2013).…”
Section: Total De Artigos Selecionados: 32unclassified
“…O coletivo é um extrapensamento quando atinge grau máximo de inespecificidade, produzindo a saturação dos territórios instituídos, ativando as variações e as transições da potência. Os destinos dessa processualidade se expressam 7 Entre os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos nessa perspectiva, podemos citar Ceccim; Mehry (2009), Merhy (2012), Ceccim;Capozzolo (2004), Merhy (2011), Ceccim;Ferla (2008), Ceccim;Palombini (2009), Ferla, (2004Matos (2012), Gonçalvez;Barros (2013), Vasconselos; Paulon (2014), Silva (2013 A constituição da saúde coletiva impõe uma política para esse conhecimento no cenário brasileiro. A definição desse saber como um campo de conhecimentos e de práticas (PAIM; ALMEIDA FILHO, 1998) foi uma saída utilizada para acomodar os saberes que disputavam esse conhecimento no cenário acadêmico.…”
unclassified
“…Corolário dos fundamentos da Antipsiquiatria e da Psiquiatria Democrática europeias (Gonçalves & Benevides de Barros, 2013), o AT é um dispositivo clínico-assistencial específico que, na contemporaneidade, tornou-se central no tratamento de pacientes com as mais graves configurações psicopatológicas (Safra, 2014(Safra, , 2012(Safra, , 2009(Safra, , 2008.…”
unclassified
“…No final de 1960, aparecem os primeiros ats no Brasil, à época encarnados na figura embrionária do auxiliar psiquiátrico (Chauí-Berlinck, 2010) ou atendente grude (Vilela, Silva & Oliveira, 2010), e, posteriormente, do amigo qualificado (Gonçalves & Benevides de Barros, 2013 Na medida em que desospitalizados tais sujeitos, O AT foi configurando-se como "uma clínica que circula no e pelo cotidiano" (Pitiá, 2013, p. 75), fora das progressivamente extintas instituições manicomiais, ou mesmo do típico locus ambulatorial (Antúnez, Barretto & Safra, 2011). Norteando-se pela desinstitucionalização dos sujeitos e do próprio fenômeno da loucura (Chauí-Berlinck, 2012), o AT constrói-se como um dispositivo clínico de enquadre aberto, com capacidade de ação direta "nos âmbitos comunitário, domiciliarfamiliar e cotidiano do paciente" (Dozza, 2012, p. 59).…”
unclassified