Os caminhos da reforma psiquiátrica: acompanhamento terapêutico, propagação e contágio na metrópole

Abstract

O presente artigo propõe apresentar um recorte atual do movimento de Reforma Psiquiátrica, em curso no Brasil, a partir das andanças de moradores de um Serviço Residencial Terapêutico, em Viamão, cidade da região metropolitana de Porto Alegre, RS. Procurou-se relatar os processos de inserção dos moradores, as incursões e as descobertas de um novo mundo e as novas formas de habitá-lo, após muitos anos institucionalizados em um hospital psiquiátrico. A prática do Acompanhamento Terapêutico foi contextualizada com o processo de desinstitucionalização da loucura, fundamentada em alguns conceitos da obra de Gabriel Tarde, sociólogo francês do século XIX, tendo como engendramento principal a transformação do social.

Congresso Alagoano de Saúde Mental

“…O movimento de reforma psiquiátrica no Brasil teve início nos anos 1970 como uma crítica ao modelo manicomial, institucional e biomédico da psiquiatria no tratamento das pessoas com transtornos mentais, que eram mantidas enclausuradas e longe do convívio social, levando em consideração sempre a doença e não o indivíduo (OLIVEIRA, 2013).…”

“…Eventos com temáticas relacionadas à área da saúde mental, sob a ótica da reforma psiquiátrica, são importantes instrumentos para formação dos estudantes de nível superior e para capacitação e aprimoramento de profissionais que desejam ampliar os conhecimentos no campo da atenção psicossocial (RAMMINGER et al, 2014).…”

“…Ainda segundo Ramminger et al (2014), muitas instituições de ensino superior realizam eventos na área da saúde como estratégia para ampliar a formação e compartilhar conhecimentos para atualizar o corpo acadêmico, os profissionais e demais interessados nas temáticas que mais demandam atenção. No entanto, dentro da área da atenção psicossocial, existem poucas atividades extracurriculares.…”

Entre atoleiros e becos sem saída: descrição fenomenológica dos impasses vivenciais experienciados por acompanhantes terapêuticos

“…Descrevem-se, neste âmbito, vivências de entorpecimento (Marques, 2013), transbordamento (Oliveira, 2013), atravessamentos (Freitas, 2013), desamparo, ameaça, perturbação (Cruz, 2011, p. 171), pavor, vertigem (Cauchick, 2001), desorientação (Portela, 2012), simbiose (Minkowski, 1923(Minkowski, /1970) e "ansiedades de tipo confusional" (Dozza, 2012, p. 62).…”

“…Terapêuticos (Faizibaioff, 2013;Oliveira, 2013;Sereno, 2012;Costa & Poli, 2010;Wachs, Jardim, Paulon & Mainieri, 2010;Cauchick, 2001) e Centros de Convivência e Cooperativa, os CECCOs (Hermann, 2010). Ao mesmo tempo, então, em que se constitui como uma modalidade clínica em si, o AT acontece como o próprio articulador da rede de atenção psicossocial do sujeito (Gonçalves & Benevides de Barros, 2013;Costa & Fonseca, 2013).…”