Dispositivo: um solo para a subjetivação

Abstract

O artigo pretende mostrar a fecundidade do conceito de dispositivo na problematização foucaultiana do sujeito. Nesse sentido, em um primeiro momento analisa o modo como Foucault concebe a constituição histórica de um sujeito em termos de assujeitamento à trama de saberes e poderes de um dispositivo. Em seguida, realça a inflexão ocorrida na referida problematização, a qual leva a pensar a subjetivação como uma prática de liberdade, isto é, como uma experiência-limite operada nas bordas de um dispositivo. Por fim, propõe que cartografar um dispositivo consiste em delinear a agonística da sujeição/subjetivação que atravessa um sujeito.

Forms of subjectivation: Generation Y and the contemporaneity

“…The forms of subjectivation, a composition that takes place between the subject and the rules that are imposed culturally (Foucault, 1984;Potte-Bonneville, 2004;Weinmann, 2006), are vital to the subject, since they have the ability to protect and balance the instability of the unconscious processes (Bleichmar, 2004(Bleichmar, /2010.…”

“…(Rafael, personal interview, June 12, 2014) There is something of the essence of the subject that is lost because of the requirements that the culture imposes to include the subject. The subjective challenge is to maintain or find something that represents the real meaning of the subject and that resists the external influences (Birman, 1997;Bleichmar, 2004Bleichmar, /2010Weinmann, 2006). The multiplicity of choices and the fragmentation of forms of subjectivation in several units confront the subjects and threatens their psychic integrity (Birman, 2007a).…”

“…The result is the emergence of the forms of subjectivation (Foucault, 1984). Didactically, the field of forms of subjectivation can be seen as a confrontation -and an agreement -between two opposing parties: the subject and the culture (Weinmann, 2006). The forms of subjectivation allow the inclusion of the subject in the culture, enabling the creation and development of a specific style of existence (Birman, 1997).…”

Formas de Subjetivação Contemporâneas e as Especificidades da Geração Y

“…A denominação Geração Y (Alsop, 2008;Bauman, 2011;Howe & Strauss, 2000;Prensky, 2001a;Stein, 2013) emerge como uma forma de classificação que confina os seus integrantes a um espaço subjetivo restrito, em razão dos preconceitos e estereótipos que lhes são impostos, assim como pode ser capaz de identificar e descrever subjetividades específicas. Este artigo, ao propor a exploração das relações entre a contemporaneidade e as modalidades de subjetivação, tem como objetivos discutir se há especificidades subjetivas e de que forma estas especificidades se manifestam nos jovens que, na atualidade, tem sido chamados de Geração Y. Para seguir nesse sentido, a psicanálise, articulada em conjunto com o conceito de formas de subjetivação (Birman, 1997;Bleichmar, 2004Foucault, 1984;Potte-Bonneville, 2004;Weinmann, 2006), serve como base para a exploração da Geração Y enquanto fenômeno da contemporaneidade.…”

“…Entretanto, subjetivar-se não significa construir algo que seja próprio e exclusivo do indivíduo. A construção da subjetividade dá-se no espaço entre o sujeito e a cultura em que ele está inserido (Weinmann, 2006).…”