“…As chuvas são irregulares e concentram-se em alguns meses do ano (NEVES et al;GOMES et al, 2014). Na literatura brasileira o semiárido, ou o popularmente conhecido "sertão", é identificado das seguintes formas: (i) uma região hostil, seca, onde tudo falta para os moradores, que acabam por se deslocar à procura de outra terra em que se viva melhor (BURITI; AGUIAR, 2008; PONTES, 2013); (ii) as políticas hídricas são historicamente de curto-prazo, emergenciais, fragmentadas, sem trazer qualquer benefício a longo prazo para a população local (BRANCO, 2000;MELO, 2002;SANTANA;ARSKY;SOARES, 2011;PONTES, 2013); (iii) caracterizado pelo problema social da "indústria da seca", termo utilizado para explicar uma classe dominante local que usa a seca como razão para angariar recursos públicos e votos da população pobre (MATOS, 2012; SOUZA; LEAL, 2014); (iv) a mulher é apresentada como a principal gestora da água (SOARES, 2009;VIEIRA, 2010;PONTES, 2013); (v) existe uma fraca representação feminina nas políticas públicas, principalmente na hídrica, porque a cultura local sofre forte influência masculina de uma sociedade patriarcal PERKINS, 2007;MELO, 2002;CORDEIRO et al, 2012).…”