“…Ao mesmo tempo, tais bancos de dados mineram essas informações para extrair categorias supraindividuais ou interindividuais a partir de padrões de afinidade e similaridade entre elementos, permitindo traçar perfisde consumo, interesse, crime, empregabilidade etc.que irão atuar ou diferenciar indivíduos ou grupos, mas que não dizem respeito a este ou aquele indivíduo especificamente identificável. (Bruno, 2013, p. 146-147) Se o principal objetivo da criação de perfis não é tanto produzir um saber sobre um indivíduo identificável, mas usar um conjunto de informações pessoais para agir sobre indivíduos similares que possuem padrões de comportamento em comum 158 , observa-se, então, que a dissolução e fragmentação de indivíduos nestes dados e informações coletadas e processadas pelos dispositivos eletrônicos (KANASHIRO, 2009) opera em consonância com a produção de divíduosconjunto de modulações dinâmicas e funcionadas das identidades individuaisno interior de amostras, conforme apontado por Deleuze (1992). Por isso não cabe, segundo Bruno, falar em identidades, a não ser em um sentido pontual e provisório, uma vez que os perfis não atendem a critérios de verdade e falsidade, mas sim de performatividade.…”