Este trabalho analisa a diversidade religiosa brasileira a partir das estratégias que suas diversas denominações empreendem para se adaptar às demandas sócio-culturais da sociedade contemporânea. Diversamente do que é postulado por alguns teóricos nos anos recentes, que adotam interpretações ligadas à escolha racional, não acreditamos que as análises de custo-benefício dêem conta do fenômeno religioso. Pensamos que o processo de diversificação religioso brasileiro guarda estreita relação com as mudanças vividas pela sociedade nos últimos cinqüenta anos, bem como com as respostas dadas pelas instituições religiosas a esse novo contexto. Nesse sentido, acreditamos que a estrutura leve e menos burocrática das igrejas pentecostais consegue se adaptar melhor à liquidez dos tempos atuais, respondendo de forma mais imediata à diversidade de demandas das populações em questão. Atentaremos ainda para as respostas que o catolicismo tem dado ao crescimento evangélico, bem como às articulações entre ethos pentecostal e culturas locais. Tomamos como foco central de nossas atenções duas regiões do estado de Minas Gerais, Brasil, uma refratária ao pentecostalismo e outra em que o mesmo encontra significativa acolhida.