Resumo
INTRODUÇÃOUm dos grandes desafi os contemporâneos é o enfrentamento da expansã o descontrolada da informação, o sinal mais evidente da emergência de um tipo de sociedade que parece conjugar a produção de quantidades gigantescas de informação, a utilização intensiva de tecnologias eletrônicas em rede e um intenso processo de aprendizagem permanente.A articulação dessas características sugere a natureza auto-referente dessa sociedade, em que aprender constitui a ação nuclear. Não é surpreendente, pois, que, a partir da concepção de uma 'sociedade da informação', passouse à de 'sociedade do conhecimento'. A cultura simbólica dessa sociedade implica novas formas de aprendizagem, o que sugere a emergência de um modelo de 'sociedade' cujos veículos mais efi cazes de acesso são os "processos de aquisição desse conhecimento, uma vez que são as ferramentas mais poderosas para espalhar ou distribuir socialmente essas novas formas de gestão do conhecimento" e que podemos denominar 'sociedade da aprendizagem' (Pozo, 2004, p. 11-12).Nessa sociedade, está implícita a idéia da existência de níveis hierárquicos ou estágios progressivos diretamente vinculados ao processo de aprendizagem desse conhecimento. Seria então possível reconhecer quatro estágios dessa progressividade: (1) o dado, (2) a informação, (3) o conhecimento e (4) a inteligência (Urdaneta, 1992 apud Moresi, 2000.Setzer (2001), estudando os três primeiros estágios dessa progressão, entende que os dados constituem uma seqüência de símbolos quantifi cados ou quantifi cáveis com valor sintático; a informação, uma abstração informal signifi cativa que ocorre na mente de alguém e comporta um elemento semântico, podendo ser representada por meio de dados; e o conhecimento, a abstração interior, pessoal, de alguma experiência de vida. Na mesma linha de argumentação, Polanyi (1962), em sua obra Personal knowledge, entende que é preciso mobilizar certas capacidades e atitudes gerais para o acesso e o manejo da informação e a conseqüente geração do conhecimento, o que ocorre a partir do pressuposto de que há sempre um elemento pessoal essencial como componente estrutural