“…No âmbito das propostas políticas, uma análise conjunta de documentos brasileiros norteadores da educação ambiental, que incluiu a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que tratam do Meio Ambiente, o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) (BRASIL, 1999;BRASIL, 1997;BRASIL, 2003) e, também, escritos de autores como Santos e Jacobi (2010), Loureiro (2002) e Lima (2002) apontam que, hoje, é hegemônica a proposta da educação ambiental a partir do paradigma político-emancipatório. Basta uma análise do discurso dos fragmentos apresentados nos documentos e nas obras de autores dessa vertente para perceber a força de sentidos como: conflito, apropriação, democracia, participação, dialogia, consciência crítica, resolução de problemas, ação para mudanças, responsabilização, agir na história, compromisso social, formação de cidadãos conscientes, empoderamento, protagonismo (MAZZARINO, 2015) No entanto, marcas de uma proposta que privilegia elementos estéticos, ainda marginal na educação ambiental, podem ser encontradas ao se tatear os mesmos documentos e escritos de outros autores, como Barcelos (2003), Godoy (2007), Passetti (2007), Mendonça (2012) e Silveira (2009). Uma análise do discurso dessa vertente, denominada por Mazzarino como poética, privilegiam forças outras: vivenciar, afetividade, subjetividade, imaginário, vínculo, sensibilidade, emoção, arte, sensações, corpo, expressar, compartilhar, escuta poética, acaso, temporalidades humanas não lineares, derivas, ecologias menores, fragilidade, intuição, arriscar-se, mover-se sem mapa, escuta dos desejos, silêncios, conversação, viver solidário e amoroso, mergulho na natureza, contato direto, abrir-se à percepção, buscar o incerto e o curioso, afloramento de dimensões adormecidas, experiência sensível, redescoberta do potencial criativo.…”