Processamento implícito e dependência química: teoria, avaliação e perspectivas

Abstract

RESUMO -Pesquisas recentes têm investigado mecanismos cognitivos implícitos que influenciam a decisão e o comportamento de uso da droga, como viés atencional e reatividade a pistas. Tais respostas são eliciadas automaticamente, potencializando a vulnerabilidade à dependência e recaída ao uso da droga. Este estudo teve como objetivo apresentar a perspectiva teórica dos modelos de duplo-processamento dos comportamentos aditivos assim como discutir a influência dos processos automáticos no uso de drogas, suas formas de avaliação e técnicas que objetivam modificar diretamente tais processos. Os resultados sugerem que medidas implícitas possam avaliar os mecanismos automáticos mais acuradamente do que medidas explícitas. Diante disso, sugere-se que intervenções voltadas para a transformação das cognições implícitas sejam alternativas eficazes para o tratamento da dependência química. Palavras-chave: cognição implícita, dependência química, viés atencional Implicit Processes and Drug Addiction: Theory, Assessment and Future DirectionsABSTRACT -Recent studies have investigated the implicit cognitive mechanisms that influence the decision to use drugs and drug use behavior, such as attentional bias and reactivity to cues. Those responses are automatically elicited and can increase vulnerability to addiction and relapse. This review aimed to present theoretical perspective of dual-process models of addictive behaviors and to discuss the influence of automatic processes in drug intake, how they can be assessed, and techniques to directly modify them. The results suggest that implicit measures can assess the automatic mechanisms more accurately than explicit measures. Therefore, it is suggested that interventions aimed at the transformation of implicit cognitions can be effective alternatives for the treatment of addictive behaviors.

Brief Meditation and the Interaction between Emotional Interference and Anxiety

“…We suggest this reduction might have resulted from the meditators' ability to better control the interference of cues associated with the drug, and to reduce attentional bias to these stimuli, which are processes known to normally lead to craving or to the drug use behavior (Peuker, Lopes, Menezes, Cunha, & Bizarro, 2013). Likewise, this potential modulation may help reduce the hazardous interference and impact of stressful stimuli, in line with findings that participants of brief meditation trainings, compared to controls, significantly reduced cortisol levels following an experimental stress induction (Tang et al, 2007), and significantly improved tolerance and the experience of distress during an experimental induction of pain (Liu et al, 2013).…”

Praticas Meditativas E O Tratamento Terapeutico Ocupacional Do Transtorno Relacionado Ao Uso De Substancias

“…Quando se estabelece o comportamento aditivo o sistema de processamento emocional (ou impulsivo) é neuronalmente modificado, dificultando sua modulação/ inibição, deixando o indivíduo mais susceptível a pistas ambientais que o estimule ao uso de drogas, e a um comportamento com tendências automáticas; que somente podem ser inibidas quando o indivíduo possui motivação e recursos cognitivos disponíveis 11 .…”

“…O treino de atenção e a meditação têm sido utilizadas como técnicas complementares aos tratamentos existentes no sentido de melhorar o controle inibitório (autorregulaçao) do sistema de processamento emocional (ou impulsivo) e logo melhor controle comportamental, facilitando a expressão de comportamentos guiados pelos sistema reflexivo, estimulando maior consciência das ações e menor reatividade aos estímulos visto que tais práticas favorecem o direcionamento da atenção para pistas não relacionadas (condicionadas) as drogas 11 .…”

Avaliação das funções atentivas e flexibilidade mental em dependentes químicos

“…Dentre os processos cognitivos, a atenção desempenha um importante papel nos quadros de dependência e no abuso crônico de substâncias (Peuker, Lopes, Menezes, Cunha, & Bizarro, 2013). Esse aspecto da cognição foi investigado através do Teste de Desempenho Contínuo (TDC).…”