A teoria dos atos de fala, de John Austin, apresenta a linguagem a partir de uma perspectiva pragmática, ou seja, quando os signos têm um compromisso com a produção de realidades. Seguindo esta direção analítica, neste artigo articulamos a linguagem-ato e as classificações. Argumenta-se que uma classificação não é mera descrição dos fatos, é produto e produtora de realidades. Dentre as possíveis formas de classificação, abordamos o diagnóstico psiquiátrico como um caso particular na teoria dos atos de fala. Elaboramos um conceito denominado de ato diagnóstico, no qual conjugamos a força da linguagem-ato e do diagnóstico médico a partir de suas implicações políticas no campo social, na produção de sujeitos. Conclui-se que o diagnóstico psiquiátrico produz realidades a partir das mesmas propriedades dos atos de fala. Ao produzir sujeitos, os diagnósticos possuem efeitos existenciais, políticos e sociais que só podendo ser analisados no encontro singular entre diagnósticos e sujeitos diagnosticados.