Utilização de eritropoetina por pacientes incidentes em hemodiálise no Sistema Único de Saúde, Brasil, 2002-2003

Abstract

Este estudo visa a descrever o perfil demográfico e epidemiológico de pacientes incidentes em hemodiálise, que utilizaram eritropoetina em 2002 e 2003, no Brasil, e identificar fatores associados ao uso desse medicamento. Foram analisados dados demográficos, clínicos e relacionados à unidade de diálise de 32.136 pacientes, identificados por pareamento determinístico-probabilístico de dados do subsistema de autorização de procedimentos de alto custo e do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Um modelo de regressão de Poisson foi usado para identificar fatores associados ao uso de eritropoetina. Sexo masculino; idade inferior a 65 anos; nefropatia diabética; fístula arteriovenosa ao iniciar hemodiálise e residir em outras Unidades Federativas diferentes do Mato Grosso foram fatores associados ao uso de eritropoetina. A política de atenção ao doente renal, a alocação de recursos para estados e municípios e o manejo da anemia, segundo o perfil farmacoterapêutico dos pacientes, devem ser revistos, a fim de reduzir as iniquidades observadas na utilização da eritropoetina.

Incidência De Anemia Em Pacientes Com Doença Renal Atendidos No Laboratório Do Hospital São Lucas No Período De Fevereiro a Julho De 2014

“…A presença de anemia na DRC é determinada por diferentes fatores, sendo os mais importantes: a deficiência relativa de sangue, a carência de ferro, a inflamação, hiperparatireoidismo, diminuição da meia vida das hemácias e deficiência de ácido fólico e vitamina B12, sendo responsável por uma serie de sintomas: fadigabilidade, alterações neuropsiquiátricas, astenia, indisposição física e mental, cefaleia, tendência a sangramento, anorexia, insônia, insuficiência cardíaca e a má qualidade de vida (Gurgel et al 2012).…”

“…A consequência mais comum, dentre as citadas anteriormente da complicação do paciente renal crônico é a anemia que por sua vez leva a diminuição da sobrevida das hemácias e perda progressiva e intensa da capacidade de síntese do hormônio eritropoietina, sinalizadora e estimulante da produção de eritrócitos na medula óssea, e esse agravamento da anemia poderá ocorrer em qualquer estagio que a DRC estiver, o que faz com que ela se torne mais severa a medida que os rins vão perdendo sua função (Gurgel, et al 2012;Draczevski & Teixeira, 2011).…”

“…Assim a anemia esta associada ao aumento da mobilidade e a mortalidade prejudicando ainda mais o paciente que tem a doença renal crônica e sua qualidade de vida. Vale salientar que essa elevada morbimortalidade está associada ao início do tratamento, proveniente da queda abrupta do volume sanguíneo durante a terapia de diálise, além das doenças de base préexistentes e complicações cardiovasculares (Gurgel, et al 2012;Draczevski & Teixeira, 2011;Cassini, et al 2010).…”

“…Não obstante, dados segundo o Censo de Dialise de 2008 apontam que 83% de pacientes em uso de medicamento para tratar anemia estão com a hemoglobina abaixo de alvos terapêuticos e o Ministério da Saúde com embasamento no Sistema de Informações Ambulatoriais referente a de 2008 a 2009 que 80 % de pacientes em diálise utilizaram medicamentos para tratar a anemia (Gurgel, et al 2012).…”

“…Estudos em pacientes Americanos dos Estados Unidos apontam um índice menor de prevalência global da anemia na doença renal crônica de 47%, variando em doença renal crônica inicial de 26.7% e em pacientes com doença renal crônica avançada de 75,5%. Além do mais, pacientes submetidos ao processo de hemodiálise apresentam perda sanguínea, resultado concluído devido ao processo de execução do aparelho tornando ainda mais severa a anemia nesses casos (Gurgel, et al 2012).…”