Automedicação em idosos residentes em Campinas, São Paulo, Brasil: prevalência e fatores associados

Abstract

IntroduçãoO envelhecimento populacional tem gerado novas demandas sociais, econômicas, sanitárias e, diante da importância crescente deste segmento, estudos envolvendo a população idosa constituem um tema emergente nas diversas áreas de conhecimento 1,2,3 .A morbidade apresentada pela população idosa caracteriza-se pela preponderância de doenças crônicas e múltiplas de longa duração, exigindo acompanhamento, cuidados permanentes e exames periódicos. O idoso utiliza mais serviços de saúde, as internações hospitalares são mais frequentes do que entre adultos e o tempo de ocupação do leito é maior quando comparado a outras faixas etárias 3,4 . Ainda, o aumento da prevalência de doenças crônicas com a idade, demanda um maior consumo dos medicamentos, que constituem um dos itens mais importantes da atenção à saúde do idoso 4,5,6,7 , e requer, cada vez mais, a racionalidade da terapia medicamentosa 5,8,9 .São inegáveis os benefícios terapêuticos conseguidos com o uso correto dos medicamentos, no entanto, seu elevado consumo entre os idosos pode acarretar riscos à saúde. Os idosos fazem uso, em média, de dois a cinco medicamentos diariamente 10,11 e são particularmente mais sensíveis aos efeitos adversos, interações medicamentosas e toxicidade 9,12,13 . Na popu-ARTIGO ARTICLE Oliveira MA et al. 336Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(2):335-345, fev, 2012

Automedicação em idosos ativos

“…In this perspective, there were no discrepancies with the results reported in the surveys of other regions of Brazil 3 , which lead to the reflection that the monthly income of the elderly is relatively low throughout the national territory and that the main sources of support are retirement and pensions.…”

“…The average daily intake is two to five medications per day and they are particularly sensitive to adverse effects, drug interactions, and toxicity. [3][4] The use of medications practically triples as the individual ages because the tolerance to acute symptoms such as pain is reduced, and the frequency of this increase may be even greater when considering selfmedication practices. 5 About 50% of drugs are prescribed or dispensed inappropriately and 50% of patients take medicines incorrectly leading to high rates of morbidity and mortality.…”

“…In Brazil, a study conducted in Bambuí, state of Minas Gerais, found prevalence of 17%, and in the city of Salgueiro in Pernambuco, there was 60% of the elderly interviewed practicing self-medication. 3 Factors such as familiarity with the drug, previous positive experiences, the symbolic role that medicines play on the population and difficulties in accessing health services contribute to self-medication. Given that elderly people who are self-medicated are more vulnerable, there are risks of intoxication and even more extreme situations such as accidental death.…”

Perfil Da Automedicação Em Idosos No Município De Barretos/ São Paulo/ Brasil

“…Os analgésicos/antitérmicos (76,23%) e anti-inflamatórios (54,1%) lideram a lista de medicamentos mais consumidos por automedicação, corroborando com achados de estudos anteriores (3,6,13,17,21,22). No quesito leitura e orientações das bulas, 62,29% dos entrevistados afirmam seguir as orientações da bula, obedecendo a maneira de tomar e tempo de tratamento.…”

Beers criteria-based assessment of medication use in hospitalized elderly patients in Southern Brazil

“…Polypharmacy in the elderly is due to the number of prescribed medications, but the use of drugs as self-medication is extremely common as well. [ 3 4 ] In addition, aging is associated with a reduction in first-pass metabolism, bioavailability, and distribution of drugs, which increases the risk of adverse effects,[ 5 ] and the risks grow exponentially with the number of different drugs being used. [ 6 ] Adverse effects tend to be more severe in the elderly patients.…”