“…Comumente a descoberta da gravidez proporciona diversos tipos de emoção, como surpresa, alegria e, algumas vezes, medo. Fatores como o planejamento pessoal e, principalmente, o desejo da mulher em relação à maternidade, contribuem para o predomínio da vivência de sentimentos positivos; mas quando ocorre o contrário, sobretudo na falta do apoio do companheiro ou da família, misturam-se sentimentos de insegurança e solidão (Rapoport & Piccinini, 2006 Gestação não planejada, pensamento em abortar, perceber a gravidez como de alto risco para sua saúde e/ou a do bebê, três ou mais gestações e/ou algum evento estressante são fatores que podem levar a mulher a uma menor autoestima (Dias et al, 2008) e ineficácia na adoção do papel materno (Mercer, 2004). No contexto de uma nova gestação, a recepção da notícia deve ser observada na perspectiva da gestante, considerando o significado que este evento assume para ela e sua família, uma vez que é nesta fase que se inicia o desenvolvimento do vínculo afetivo com o novo ser (Rios & Vieira, 2007 Nota-se nas falas que a insatisfação das mães em relação à gravidez está intensamente relacionada ao fato de estarem sem apoio de sua rede social, representada principalmente pela figura paterna, que funciona como suporte emocional pelo compartilhamento da conexão com a mãe e o bebê (Krob, Piccinini, & Silva, 2009), e da família, representada, principalmente, pelas figuras femininas, como suporte de experiência, principalmente nos cuidados com a criança (Lopes, Prochnow, & Piccinini, 2010).…”