INTRODUÇÃOO comportamento sexual humano é definido como um complexo conjunto de comportamentos, atitudes e posicionamentos que estão em constante transformação com o passar das gerações, sendo determinado pela influência direta e constante de múltiplos fatores, tais como biológico, fisiológico, emocional, social e cultural 1 . Com a introdução da antibioticoterapia, as doenças sexualmente transmissíveis (DST) foram minimizadas, e as gestações indesejadas diminuíram com a utilização de diferentes métodos anticoncepcionais. No entanto, o surgimento da síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) e da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) trouxe, sem dúvida, nova onda de intranquilidade e preocupação. Com o avanço da epidemia da aids, as práticas sexuais tornaram-se importante forma de transmissão da infecção, o que implica em maior número de casos entre os que apresentam comportamento sexual de risco 2 .A aids foi conhecida como uma "epidemia da imoralidade", já que inicialmente estava associada a pessoas com comportamentos considerados desviantes, como profissionais do sexo e usuários de drogas 3 . Neste sentido, a história moral da aids permitiu a construção da noção de que essa seria uma "doença da rua", dos "outros". Mas o tênue limite entre o "eu" e o "outro" emerge a partir do momento em que a infecção ultrapassa os limites do público e privado, alcançando a sacralidade da família e do casamento 4,5 , tornando-se uma preocupação entre os casais com união estável 4,6 . Nos dias atuais, os casamentos acontecem mais tardiamente, o início da vida sexual, mais precocemente, e a troca de parceiros sexuais, ou relações sexuais com múltiplos parceiros simultaneamente, são fatos muito frequentes. Por esse motivo, há aumento da infecção pelo HIV entre casais heterossexuais, mesmo em relações estáveis e fiéis. Desta forma, medidas preventivas acabam não sendo adotadas por esses indivíduos, que não se consideram integrantes de grupo de risco [7][8][9] . Além disso, a infidelidade é fato importante para ser considerado quanto à prevenção do HIV e de outras DST. Estudos revelam que a relação conjugal não é tida como perigosa, por ser a relação sexual lícita, que está sob proteção da casa, sendo o uso do preservativo apenas utilizado quando vinculado à contracepção 10 . ABSTRACT Introduction: there is increased HIV infection among heterosexual couples, even in stable and faithful relationships. Objective: to assess sexual behavior and risk to acquiring sexually transmitted diseases (STDs) and human immunodeficiency virus (HIV) among health area faculty working at a university in southern Brazil. Methods: cross-sectional study conducted between December 2009 and March 2010. Health area faculty members working at a university in southern Brazil were included in the survey. Upon approval, anonymous and self-administered questionnaire was used, which included data on sociodemographic characteristics, risk sexual behavior for exposure to HIV and STDs, as well as additional risk factors to diseases acquired intra...