IntroduçãoAs práticas contraceptivas na iniciação sexual são diversificadas entre países, sobretudo naqueles em que se assegura o fornecimento dos insumos. Contudo, mesmo isso não exclui desigualdades entre grupos sociais e diferenças no interior destes 1 .Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, a maioria dos jovens tem sua primeira relação sexual antes dos 20 anos, grande parcela antes dos 18, constatando-se historicamente a tendência à diminuição da idade e das diferenças entre as experiências de homens e mulheres 2,3,4,5 . Entretanto, a idéia de "precocidade" da iniciação sexual é recorrente na literatura da demografia e da saúde coletiva, sendo apoiada por argumentos médicos relativos ao momento ideal para a primeira gravidez e à vulnerabilidade dos jovens às DST/AIDS 6,7 .Ao se investigar o uso de contracepção na primeira relação sexual é necessário considerar a multiplicidade de fatores envolvidos em uma prática que é sobretudo relacional 8 . Entretanto, freqüentemente os estudos demográficos têm se limitado a investigar macrodeterminantes, pela análise da relação entre renda per capita e nível de escolaridade com o uso de preservativos na iniciação sexual, e a descrever a prevalência de contracepção segundo indicadores clássicos, tais como faixa etária, conhecimento, fonte de informação e de obtenção dos métodos, bem como ARTIGO ARTICLE