Ação médico-social no caso do benzenismo em Cubatão, São Paulo: uma abordagem interdisciplinar

Abstract

Work-related health problems demand a multidisciplinary approach in which each discipline contributes its own techniques and methods, while based on a common theoretical and conceptual frame of reference. Research and intervention are based on interdependent relations between social, productive, and environmental factors. Based on experience with benzene poisoning, this review shows how the issue can be approached globally, by integrating different disciplinary processes from epidemiological and clinical research. Blood parameters altered by human exposure to benzene were studied from the perspective of hematology, integrated with the epidemiological surveillance system used as an instrument for health intervention using an interdisciplinary approach in which workers and trade unions participated throughout the program.

Contaminação química, precarização, adoecimento e morte no trabalho: benzeno no Brasil

“…One prominent part of this struggle will be fought around the exposure to and the diseases provoked by benzene, which are finally unraveled. The main preoccupation came to be poisoning by benzene in light of its hematoxicity 32,33 . In spite of the sparse data, the prohibition of benzene in solvents was very successful.…”

“…Already indicating a change in the profile of exposure, we have 1 registered case of bone-marrow aplasia for 5 cases of Acute Myeloid Leukemia and 4 cases of Myelodisplasic Syndrome (Table 1). This assessment is in large part encountered in large corporations, especially the steel industry and petrochemicals, where there was crucial activity in this period by unions, almost always in conjunction with public agencies [33][34][35][36][37][38][39][40][41][42][43] . It is reasonable to suppose that innumerable activities of risk were not covered owing to the limitations of health surveillance in the country.…”

Exposição ao benzeno no trabalho e seus efeitos à saúde

“…Porém, não há registro de estudo nacional de acompanhamento clínico e epidemiológico desses trabalhadores 1 . Existe uma casuística de 3 mil casos de intoxicação por benzeno, em sua maior parte identificado por sindicatos e serviços públicos de saúde 5,8 . O quarto período inicia em 1994, quando houve o reconhecimento do benzeno como substância cancerígena pelo Ministério do Trabalho, o que resultou na pactuação conhecida como Acordo do Benzeno 9 .…”

Classificação clínico-laboratorial para manejo clínico de trabalhadores expostos ao benzeno em postos de revenda de combustíveis

“…Do ponto de vista clínico e ocupacional, a normalização ou estabilidade dos valores hematimétricos do sangue periférico de um trabalhador afastado pode levar um tempo médio de cinco anos ou mais. Entretanto, essa normalidade representa uma compensação fisiológica e não uma regeneração das células progenitoras e precursoras do sistema hematopoiético 16 . Portanto, não desconstitui a intoxicação e nem constitui critério para retorno ao ambiente ou à função com risco de exposição ao benzeno ou outros COVs 33 , pois uma vez afetada a medula óssea, a lesão é permanente.…”

“…No Brasil, a síndrome clínica da intoxicação por benzeno foi também denominada de benzenismo, numa concepção que envolve suas dimensões bio--sócio-ambientais [14][15][16] . A complexidade inserida pelas dimensões dessa definição é resultado da ação protagonista de trabalhadores e técnicos, em sindicatos e serviços públicos locais e regionais, na disputa pelo reconhecimento da "leucopenia" como expressão do adoecimento dos trabalhadores intoxicados por benzeno na década de 1980.…”