INTRODUÇÃOO presente estudo derivou do interesse em aprofundarmos o conhecimento a respeito da prática da enfermagem com crianças desnutridas e suas famílias. Tal interesse emergiu de nossos encontros no Grupo de Estudos da Família na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo-EEUSP, onde discutimos experiências vividas no atendimento de crianças desnutridas em nossos campos de ação profissional, quer seja no ensino, pesquisa e assistência.Mesmo advindas de diferentes regiões do país e exercendo atividades distintas, pudemos perceber que havia muitas semelhanças na "forma" com que atuávamos junto às crianças desnutridas, principalmente no que se refere ao compartilhar da compreensão a respeito da necessidade de um maior envolvimento dos profissionais, com as famílias das crianças atendidas no processo terapêutico.Podemos perceber que esse envolvimento da enfermagem com a família tem se dado de maneira empírica, isto é, baseado nas experiências pessoais de cada um, sem estar fundamentado em referencial teórico-metodológico explícito. Ao passo que, a assistência prestada, embora se respaldando no conhecimento científico, tem sido pautada no modelo clínico essencialmente, voltada para o enfoque curativo, hospitalocêntrico e individual.Assim, este estudo tem como preocupação romper com esta visão, voltando-se para um enfoque centrado na criança e sua família, partindo da visão mais ampliada de que a assistência de enfermagem não se restringe somente à patologia vista na perspectiva individual/biológica, devendo abarcar as dimensões biopsico-socio-espiritual.Em função destas observações, surgiram algumas indagações que consideramos importantes, ou seja, como fazer com que os profissionais de saúde e particularmente Rev.latino-am.enfermagem -v. 7 -n. 3 -p. 17-24 -julho 1999