A experiência do Distrito Federal tem demonstrado que em épocas de temperatura elevada e ausência de precipitação ocorrem os maiores problemas em lavouras de repolho devido aos danos da traça-das-crucíferas (TDC) (França et al., 1985). Além dos fatores ambientais que favorecem o rápido crescimento das populações do inseto (Barrantes & Rodriguez, 1996), as prá-ticas culturais utilizadas (plantios sucessivos e não eliminação de restos culturais) aumentam o potencial de dano da praga, devido à possibilidade de sua multiplicação contínua. Para reduzir os prejuízos, muitos produtores têm optado pelo método que, aparentemente, pode produzir os melhores resultados: aplicações intensivas de inseticidas para controle da TDC. No entanto, esta prá-tica, ao longo do tempo, tem se mostrado inefetiva já que aplicações de inseticidas até três vezes por semana não reduziram os danos do inseto (Castelo Branco et al., 2001). Nas demais regiões produtoras de repolho do país, foi também observado que as perdas ocorrem nos períodos secos e quentes do ano; além do mais, a aplicação intensiva de inseticidas e as práticas culturais destes locais não se diferenciam das utilizadas no DF.Tendo em vista os sérios problemas econômicos ocasionados pela TDC, é necessário que mudanças no sistema de produção de repolho sejam implementadas. Entre as principais podemos citar: eliminação de restos de cultura e intervalo entre os plantios visando reduzir a população local de TDC; uso de irrigação por aspersão para redução do número de larvas sobre as plantas (Oliveira et al., 2000), redução do número de aplicações de inseticidas, através do uso do nível de dano econô-mico (Carballo & Hruska, 1989;Castelo Branco et al., 1996); utilização, quando necessário, de inseticidas eficientes.Para identificação dos produtos eficientes para controle da TDC, Zhao & Grafius (1993) e Zhao et al. (1995 re-
RESUMOA traça-das-crucíferas (TDC) é a praga mais importante do repolho, sendo basicamente controlada por inseticidas. Em alguns casos, as lavouras são pulverizadas duas a quatro vezes por semana, sem sucesso. Isto acontece porque, em muitos casos, são empregados inseticidas ineficientes, para os quais a praga já apresenta resistência. Trabalhos anteriores demonstraram ser possível determinar os inseticidas ineficazes para o controle da TDC em testes de laboratório, através do uso da dosagem recomendada. Neste trabalho foram coletadas larvas e pupas do inseto nos estados do Ceará (Tianguá), Minas Gerais (Barroso), Bahia (Mucugê), Mato Grosso (Sinop) e no Distrito Federal (Brazlândia e Embrapa Hortaliças). As populações foram criadas em laboratório e, dependendo do número de larvas de primeira geração, estas foram tratadas com as dosagens recomendadas de abamectin, acefato, B. thuringiensis, cartap, clorfluazuron, deltametrina e spinosad. Foi previamente assumido que um inseticida eficiente seria aquele que causasse a mortalidade de mais de 90% das larvas. Os resultados mostraram que a eficiên-cia dos inseticidas variou entre as diferentes áreas. Spinosad causou ...