A partir do final da década de 70 houve um grande avanço no desenvolvimento de tecnologias para o cultivo do alho, quando o governo brasileiro criou o Programa Nacional de Produção e Abastecimento do Alho (PLANALHO), permitindo a diversificação, expansão e melhoria da sua qualidade (Camargo Filho et. al., 1999). Neste período houve aumentos, tanto na área quanto na produtividade que passou de 3,5 t/ha em 1978 para 6,23 t/ha nos dias atuais. Mas essa produtividade ainda é baixa quando comparada com os principais países exportadores para o Brasil, como por exemplo da Espanha (7,7 t/ha), da Argentina (9,50 t/ha) e da China (13,40 t/ha) (FAO, 2001). Portanto, o desafio da competitividade e da auto-suficiência da alhicultura nacional permanece atual.O alho propagado de forma assexuada pode disseminar patógenos, principalmente vírus, que provoca degenerescência generalizada dos clones comerciais. Esse problema pode ser minimizado empregando-se a técni-ca da cultura de meristemas (Walkey et al., 1987;Verbeek et al., 1995) que proporciona plantas isentas de patógenos, com melhor desenvolvimento vegetativo e maior produção comercial de bulbos (Resende et al., 1995).Em clones provenientes de cultura de tecidos podem ocorrer mudanças quantitativas e qualitativas na exigên-cia nutricional, em função de alterações no desenvolvimento e na produtividade das plantas (Resende et al., 1999b).O nitrogênio, potássio e fósforo têm mostrado efeitos significativos na altura da planta, no número de folhas e de bulbilhos, tamanho do bulbo e na produtividade (Souza & Casalli, 1986). A resposta do alho à adubação potássica tem sido menos evidente do que à nitrogenada, em função do K ser retido no solo na sua forma trocável e de ocorrer menos perda por lixiviação que o nitrato (Coutinho et al., 1993;Machado, 2000). A resposta do alho a estes dois nutrientes acompanha o crescimento e desenvolvimento da cultura, intensificando durante o período de bulbificação (Silva et al., 1970;Zink, 1963
RESUMOAvaliou-se diferentes épocas de parcelamento da adubação de cobertura com nitrogênio e potássio e o uso de cobertura morta em um clone da cultivar Gravatá proveniente de cultura de tecidos. O delineamento experimental foi de blocos casualizados em esquema fatorial 2 x 3 com quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos por solo com e sem cobertura morta e pela adubação de cobertura com N e K parcelada em três períodos de aplicação 45 e 65; 60 e 80; 75 e 95 dias após o plantio. A altura das plantas, número de folhas/planta, diâmetro do bulbo e a taxa de bulbificação foram avaliados 105 dias após o plantio. O parcelamento da adubação com nitrogênio e potássio em cobertura na cultura do alho aos 45 e 65 dias ou aos 60 e 80 dias após o plantio resultaram em bulbos com maior diâmetro, independente do uso de cobertura morta. As demais características avaliadas não foram influenciadas pelas épocas de parcelamento da adubação nitrogenada e potássica. A cobertura morta mostrou-se vantajosa em relação ao solo descoberto para cultura do alho oriundo de...