Ao longo do desenvolvimento historiográfico brasileiro, o indígena sempre foi posto de lado. Desprezado desde o processo de colonização como sujeito atípico e herege, continua sendo caracterizado como o personagem ‘bom selvagem’, atrasado e primitivo sob os moldes da modernidade. Tendo em vista essas prerrogativas, o indígena sofre de se representar em sociedade e de construir sua própria voz na história e na formação do Brasil. Nesse viés, o objetivo de tal estudo, é analisar, além das questões supracitadas, como a temática indígena é tratada em sala de aula, sobretudo, nas aulas de história na Educação Básica. Para tanto, empreendeu-se uma pesquisa de caráter estritamente bibliográfico, a fim de fomentar e sedimentar a compreensão da jornada indígena no cenário político-educacional. Como resultados, o que se averigua em primeira instância é a ineficácia da Lei 11.645/2008 no que tange a aplicação das temáticas indígenas em sala de aula. Por fim, a presença ainda esmagadora de uma perspectiva historiográfica colonialista, a qual exclui as diversidades indígenas e impõe sobre estes povos uma visão estereotipada e simplista. Consequentemente, graves são os reflexos deixados em sala de aula, prorrogando uma incompreensão sobre a luta indígena e sua resistência ao longo dos séculos, bem como, uma inaptidão em apreender a diversidade e a complexidade cultural que as tribos assumem.