Este artigo estuda duas representações da Amazônia e seu potencial para o desenvolvimento produzidas em 1944 como parte da "Política da Boa Vizinhança", promovida pelos Estados Unidos durante a II Guerra Mundial. Analisa o filme do Estúdio Disney The Amazon awakens ("A Amazônia acorda"), cujo retrato da Amazônia como urbanizada e incipientemente moderna contrasta com a usual atenção dada ao exotismo regional e à alteridade. Ao acentuar o potencial da Amazônia para o progresso, o filme visualiza elementos-chave daquilo que se tornaria conhecido como "teoria da modernização", baseada na noção de que todas as pessoas aspiram a um modo de vida mais moderno, e que só precisam da tecnologia e do capital apropriados para repetir a trajetória das sociedades mais "avançadas". Em seguida, procedemos a uma comparação do filme com o livro de Earl Parker Hanson sobre a Amazônia como uma "nova fronteira", o qual, ao mesmo tempo em que coincide com aspectos do filme da Disney, diverge do mesmo no que se refere a aspectos importantes, que indicam as ambivalências presentes nas visões norte-americanas da região. Finalmente, o artigo se debruça brevemente sobre o papel da Guerra Fria no que se refere ao atraso da adoção da teoria da modernização como uma crença central das políticas norte-americanas para a América Latina.
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