1998
DOI: 10.1590/s0102-01881998000200013
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Redes de poder na América Portuguesa: O caso dos homens bons do Rio de Janeiro, ca. 1790-1822

Abstract: A virada do século XVIII para o XIX tem sido objeto freqüente de análises dos historiadores nestes últimos anos, sendo o Rio de Janeiro focalizado como espaço privilegiado da gênese do Brasil independente. O debate sobre a dinâmica do poder local e das redes de poder situadas no interior dessa sociedade colonial têm sido também fortemente favorecidos. Este artigo dedica-se a discutir alguns destes elementos, caracterizando o perfil dos homens bons do Rio de Janeiro no período supracitado.
The period establi…
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“…14 Escolhemos por recorte temporal os anos de 1745, que corresponde à data de criação da diocese de Mariana, sexto centro religioso da América portuguesa, depois da Bahia (1555), Rio de Janeiro (1676), Olinda (1676), Maranhão (1677) e Pará (1719), e 1764, ano da morte do primeiro bispo de Minas, Manuel da Cruz, que fundou na paragem um seminário e viabilizou a criação de uma confraria de clérigos, 15 para promover a devoção à S. Pedro, garantir que as côngruas fossem pagas pelo Estado português, promover a solidariedade entre os confrades na construção de uma igreja, a maior e mais bonita do império, algumas residências de padres, com arquitetura superiora as demais da região, controlar a água potável em Mariana, e proteger os seculares de possíveis ataques de "escravos que matam padres", holandeses ou protestantes. 16 Quando se pretende analisar essas redes, uma discussão muito em voga e de tamanha relevância para o entendimento de suas formações e viabilidade dessas consiste na noção de império português, 17 definida por Charles Ralph Boxer enquanto um conjunto de relações ultramarinas e coloniais que conectaram, ao longo dos séculos XVI e XVIII, os interesses de pessoas e instituições nos quatro pontos dispersos conquistados na África, Ásia e América, numa "[...] mistura de fatores religiosos, econômicos, estratégicos e políticos, é claro que nem sempre dosados nas mesmas proporções". 18 Essa noção de império gerou uma profunda revisão acadêmica nas formas de se analisar às diretrizes estabelecidas na extensão do poder da metrópole aos seus domínios ultramarinos.…”
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“…14 Escolhemos por recorte temporal os anos de 1745, que corresponde à data de criação da diocese de Mariana, sexto centro religioso da América portuguesa, depois da Bahia (1555), Rio de Janeiro (1676), Olinda (1676), Maranhão (1677) e Pará (1719), e 1764, ano da morte do primeiro bispo de Minas, Manuel da Cruz, que fundou na paragem um seminário e viabilizou a criação de uma confraria de clérigos, 15 para promover a devoção à S. Pedro, garantir que as côngruas fossem pagas pelo Estado português, promover a solidariedade entre os confrades na construção de uma igreja, a maior e mais bonita do império, algumas residências de padres, com arquitetura superiora as demais da região, controlar a água potável em Mariana, e proteger os seculares de possíveis ataques de "escravos que matam padres", holandeses ou protestantes. 16 Quando se pretende analisar essas redes, uma discussão muito em voga e de tamanha relevância para o entendimento de suas formações e viabilidade dessas consiste na noção de império português, 17 definida por Charles Ralph Boxer enquanto um conjunto de relações ultramarinas e coloniais que conectaram, ao longo dos séculos XVI e XVIII, os interesses de pessoas e instituições nos quatro pontos dispersos conquistados na África, Ásia e América, numa "[...] mistura de fatores religiosos, econômicos, estratégicos e políticos, é claro que nem sempre dosados nas mesmas proporções". 18 Essa noção de império gerou uma profunda revisão acadêmica nas formas de se analisar às diretrizes estabelecidas na extensão do poder da metrópole aos seus domínios ultramarinos.…”
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“…The municipal councils of Goa, Mação, Bahia e Luanda, de Charles Boxer. Mas a bibliografia recente é numerosa e, dentre os textos sobre a América Portuguesa, vale citar os de Maria de FátimaGouvêa (1998) e Maria Fernanda.…”
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“…No Rio de Janeiro, de 1800 a 1815, os negociantes oscilaram entre 41,5% e 54%. 36 No Recife, de 1710 a 1822, os comerciantes foram 40,39% dos vereadores. 37 Em São João del-Rei eram 52,3% no ano de 1756 e em São Paulo, 46,72% na segunda metade do XVIII.…”
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