A constituição do Estado do Maranhão como unidade administrativa portuguesa e separada do Estado do Brasil remonta ao século XVII. A necessidade da interligação desses dois brasis ao longo do século XVIII propiciará uma série de medidas, dentre as quais criação do Estado do Grão-Pará e Maranhão e, posteriormente, sua separação em Estados do Grão-Pará e Rio Negro e Estado do Maranhão e Piauí. Tal mudança alteraria sobremaneira a vida dos poucos habitantes da região, redefinindo assim suas hierarquias, costumes e expandindo os conflitos/negociações à medida que africanos escravizados e luso-brasileiros adentravam aos sertões e mantinham contatos, amistosos ou não, com os índios locais. Neste trabalho, destaco o problema da expansão portuguesa nos domínios do Novo Mundo, com enfoque analítico para o Estado do Maranhão e Piauí. Primeiro abordarei os negros escravizados sob o domínio dos bandeirantes e, posteriormente, sob a tutela jesuítica e, a partir da expulsão destes, no domínio da administração portuguesa. No segundo momento, analisarei as políticas efetivas de domínio da terra e seus conflitos/negociações/alianças com os índios locais.