Introdução O contexto historiográficoA s historiografias dos impérios ultramarinos europeus compartilham dois traços principais. O primeiro deles é a sua fragmentação. Em relação ao Império português, com poucas exceções, 2 a historiografia sobre Portugal além-mar é limitada territorialmente (portugueses na Índia, na China, no Ceilão, em Angola, no Brasil) ou oceanicamente (o Atlântico, o Índico). Existem antecedentes históricos com relação a essa tendência. Tanto o licenciado Domingos de Abreu e Brito, em um relatório de 1591, quanto o viajante francês François Pyrard de Laval, baseado na sua residência em Salvador (1610), identificaram um forte elo entre o Brasil e a África e também uma inter-relação ibérica no Atlântico. Do outro lado, para o frade português João dos Santos e para o viajante francês Jean Mocquet, no início do século XVII a unidade do Índico era aparente. 3 A historiografia do império ultramarino português tem uma segunda característica: reflete uma perspectiva predominantemente metropolitana. A presença metropolitana é inevitavelmente forte na história administrativa, nas histórias dos costumes e comportamentos e dos sistemas de crenças e valores, na história social e na história das idéias. As diásporas mercantis sobretudo são estudadas no contexto do comércio luso-brasileiro.O propósito deste artigo é discutir a presença brasileira no Índico e no Oriente no contexto de uma história que contemple os dois hemisfé-rios do império português. D. Luís da Cunha, por exemplo, diplomata português, num memorando confidencial de 1735/36, propôs que D. João V assumisse o título de imperador e passasse a residir no Rio de Janeiro. Ele viu essa mudança como um passo essencial em direção a uma melhor integração do império comercial português, cujos componentes seriam eu-
Este estudo representa a aplicação do modelo centro-periferia no contexto do Brasil colonial em dois níveis: metrópole-colônia e intracolô-nia. Examina as dimensões políticas, administrativas, sociais, econômicas e culturais nesta dinâmica. O autor esclarece a maneira em que o princípio mercantilista e a hegemonia metropolitana sofreram uma progressiva erosão por causa de uma descentralização sistêmica, e a aplicação de uma prática da "autoridade negociada". Conclui que a história do Brasil colonial representa uma trajetória em direção a uma crescente autonomia, que se retro-alimenta, se expande e corrobora para a criação de uma identidade que se pode chamar de brasileira.
This study applies the paradigm of center _ periphery relations in the context of colonial Brazil at two levels: first, metropolis _ colony; secondly, intracolonial. The author examines political, social, administrative, economic and cultural dimensions to what was a dynamic. The author demonstrates how metropolitan hegemony and the mercantilist principle were progressively undermined by systemic descentralization and the practice of negotiated authority. He concludes that the history of Colonial Brazil is a trajectory toward increasing autonomy, self reliance, and creation of self identification with Brazil
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