Resumo: Para o estabelecimento da corte portuguesa no Brasil, no início do século XIX, muitos aparatos atravessaram o Atlântico, dentre eles papéis impressos e manuscritos. Neste texto problematizaremos o acervo real de manuscritos a partir da atuação do bibliotecário Luís Joaquim dos Santos Marrocos. As principais matérias examinadas serão: a) a experiência do súdito ilustrado, ajudante de bibliotecário da Real Biblioteca do Rio de Janeiro no universo das letras, analisando sua dimensão de mediador cultural; e b) seu trabalho cotidiano na Sala de Manuscritos, incluindo a produção de um mapa sistemático sobre o acervo real de manuscritos. As proposições estão situadas a partir de sua prática de escrita de cartas e a produção do referido mapa. Trata-se de uma pesquisa em andamento que se debruçou sobre uma documentação privilegiada para tecer considerações sobre o universo da cultura escrita do período e seus desdobramentos na contemporaneidade.