Densidade e tamanho populacional de primatas em um fragmento florestal no sudeste do Brasil

Abstract

Foram realizadas transecções lineares em um pequeno fragmento de Floresta Atlântica semidecídua, a fim de se estimar densidade e tamanho populacional de primatas. A Mata São José possui uma área de 230 ha e está localizada entre Rio Claro e Araras (Estado de São Paulo, sudeste do Brasil). Este fragmento florestal abriga 23 espécies de mamíferos não - voadores, distribuídos em sete ordens e 13 famílias. De julho de 1999 a janeiro de 2001, foram percorridos 125 km e três espécies de primatas foram registradas. As densidades populacionais foram estimadas com base no software Distance. A espécie de primata que apresentou maior densidade foi o macaco-prego Cebus nigritus (Goldfuss, 1809) (Cebidae) (24,5 indivíduos/ km², variando entre 19,6 e 32,6 indivíduos/ km²). Para o sauá Callicebus nigrifrons (Spix, 1823) (Pitheciidae) e o sagüi-da-serra-escuro Callithrix aurita (É. Geoffroy, 1812) (Callitrichidae) foi calculada uma densidade de 3,5 indivíduos/ km² (variando entre 2,8 e 4,6 indivíduos/ km²). A população total de macaco - prego estimada foi de 56 indivíduos (variando de 45 a 75 indivíduos), bem como a população total de sauá e sagüi-da-serra-escuro foi de oito indivíduos (variando de seis a 10 indivíduos). O sauá e o sagüi-da-serra-escuro estão inclusos na lista nacional das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção no Brasil, considerados vulneráveis à extinção, mas esses dois primatas ainda persistem na Mata São José, ainda que em baixa densidade populacional. Estas espécies estão correndo risco de extinção local, pois o pequeno tamanho das populações as torna mais suscetíveis a efeitos estocásticos, depressão genética por endocruzamento e variações ambientais. A translocação destas espécies de primatas é a única medida de manejo plausível que pode evitar a extinção local destas populações de primatas.

Occorrência de primatas no Parque Estadual do Ibitipoca e entorno, estado de Minas Gerais, Brasil

“…Por fim, o pequeno tamanho populacional dessas espécies vivendo em fragmentos isolados compromete sua sobrevivência (Bernardo & Galetti 2004 …”

PRIMEIRO REGISTRO DE DESCASCAMENTO DE <i>Eucalyptus </i>spp. POR MACACOS-PREGO (<i>Sapajus nigritus</i>, PRIMATES: CEBIDAE)

“…Brown-capuchin monkeys are generalists (GALETTI and PEDRONI, 1994;AURICCHIO, 1995;MIKICH, 2001;SILVA, 2007) and their diet can change strongly along the year and among different years depending on food availability (BROWN and ZUNINO, 1990;PERES, 1994;GALETTI and PEDRONI, 1994;ZHANG, 1995;MIKICH, 2001). Studies conducted in Southern Liebsch, D.; Mikich,S.…”

“…Capuchins are omnivorous primates which diet is composed by fruits, seeds, bulbs, insects, bird eggs and small vertebrates (GALETTI and PEDRONI, 1994;MIKICH, 2001;LUDWIG et al, 2005;SANTOS et al, 2007). Along with behavioral plasticity, omnivore favors the occupation of several forested 502 habitats, from large remnants and continuous forests to tiny fragments and largely disturbed areas (IZAWA, 1979;1980;JOHNS and SKORUPA, 1987;ESCOBAR-PÁRAMO, 1989;FRAGASZY et al, 1990), where they provide important environmental services like seed dispersal and insect predation (BERNARDO and GALETTI, 2004;MIKICH, 2001;VIDOLIN and MIKICH, 2004;MOURA and MCCONKEY, 2007).…”

Primatas da RPPN Gargaú, Paraíba, Brasil

“…A abundância de C. jacchus na RPPN Gargaú é alta quando comparada com as densidades ou taxas de encontro observadas para a espécie na Caatinga (Moura, 2007) e para Callithrix spp. na Floresta Atlântica (C. aurita: São Bernardo e Galetti, 2004;Martins, 2005;C. geoffroyi: Chiarello, 2000), mas se assemelha ao encontrado por Mendes Pontes et al (2005) na Floresta Atlântica de Pernambuco.…”

“…na Floresta Atlântica (Pinto et al, 1993, Chiarello, 2000Cullen et al 2000;González-Solís et al, 2001;São Bernardo e Galetti, 2004;Martins, 2005). Considerando a raridade de C. flavius na Paraíba e o fato do sítio de estudo ser um dos maiores remanescentes de Floresta Atlântica no estado (Ferreira et al, 2007), é possível que esta seja uma das maiores populações de C. flavius em toda sua área de distribuição.…”