2006
DOI: 10.1590/s0101-73302006000200010
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Platão contra as pretensões educativas da poesia homérica

Abstract: RESUMO:Este artigo procura rediscutir a crítica platônica à poesia de Homero, sustentando a tese de que tal debate é mais pertinente à filosofia da educação do que à teoria da arte, ao contrário do que por vezes se supõe. O afrontamento de Platão à tradição educativa da poesia, tão solidamente instalada na cultura grega, justifica-se acima de tudo pelas exigências inerentes à educação da alma, tal como a concebe o autor. Desse modo, em lugar de uma "teoria platônica da arte", parece mais pertinente falar numa … Show more

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“…E, citando Rancière, salientam que, apesar de hoje não tomarmos mais o "[...] simulacro como oposto da Ideia", ainda "[...] somos possuídos por Platão" (RICHTER, 2005, p.190), de sorte que a educação mataria, por exemplo, na pintura sua imprevisibilidade do encontro dos corpos, a fim de encontrar a verdade perceptiva. Esses autores sustentariam que há uma insubmissão da pintura à palavra e ao mundo, e criticam o platonismo, que relacionaria a sofística, a poesia e a pintura ao campo de falso, ou seja, em que apenas aquilo "[...] que é insipido é verdadeiro belo e bom" (2005, p. 195), quebrando assim o encanto da poesia em favor da utilidade (RODRIGO, 2006). Entretanto, há um autor (BRANDÃO, 2001) de ímpeto conciliativo que reafirma, com base no pensamento platônico, a noção de que a arte precisa da função pedagógica para sua dignidade.…”
Section: A Pedagogização Como Humanização E Sensibilização Para a Diversidade E Para A Diferenciaçãounclassified
“…E, citando Rancière, salientam que, apesar de hoje não tomarmos mais o "[...] simulacro como oposto da Ideia", ainda "[...] somos possuídos por Platão" (RICHTER, 2005, p.190), de sorte que a educação mataria, por exemplo, na pintura sua imprevisibilidade do encontro dos corpos, a fim de encontrar a verdade perceptiva. Esses autores sustentariam que há uma insubmissão da pintura à palavra e ao mundo, e criticam o platonismo, que relacionaria a sofística, a poesia e a pintura ao campo de falso, ou seja, em que apenas aquilo "[...] que é insipido é verdadeiro belo e bom" (2005, p. 195), quebrando assim o encanto da poesia em favor da utilidade (RODRIGO, 2006). Entretanto, há um autor (BRANDÃO, 2001) de ímpeto conciliativo que reafirma, com base no pensamento platônico, a noção de que a arte precisa da função pedagógica para sua dignidade.…”
Section: A Pedagogização Como Humanização E Sensibilização Para a Diversidade E Para A Diferenciaçãounclassified
“…6 Desejamos destacar cinco níveis nos quais a crítica à poesia se estabelece, dado que são eles os que determinam a natureza da crítica. O primeiro é pedagógico e diz respeito à formação do êthos; esse se relaciona de maneira direta com o nível ético, o qual diz respeito aos valores a serem ensinados; contudo, a decisão sobre o conjunto de valores a serem ensinados está condicionada ao modelo de sociedade no qual se vive, o que nos coloca no terceiro nível, o político; por outro lado, um modelo de pólis é tanto mais 3- Rodrigo (2006) circunscreveu, com precisão, a crítica de Platão no âmbito da função pedagógica da poesia homérica. 4-Contendo, também, elementos de caráter psicopedagógicos, os quais são relativos: (i) à formação do êthos; e (ii) à natureza e dinâmica das partes da alma.…”
Section: Seção: Artigosunclassified
“…Lídia Rodrigo (2006) atenção para este aspecto, quando diz que "Platão não se revela, por princípio, contrário ao prazer estético. O ideal seria subjugar a força de atração da poesia e subordiná-la aos seus ideais político-educativos.…”
Section: Homerounclassified