IntRodUçãoNeste texto objetivamos analisar as demandas por qualificação profissional de empregadores e trabalhadores do Recife, a partir da segunda metade do século XIX, tempo do início do processo de urbanização e ampliação da oferta de bens e serviços na cidade.No conjunto dos trabalhos sobre história da educação (Ribeiro, 1998;Romanelli, 2001; entre outros), poucos são os dedicados à análise do século XIX e, entre eles, mais raros ainda são os dedicados à história da educação profissional brasileira.As obras de Celso Suckow da Fonseca (1986aFonseca ( , 1986b e de Luis Antônio Cunha (2000a, 2000b) são fundamentais para conhecermos as origens do "sistema" brasileiro de educação profissional e a participação do poder público nessas ações. No entanto, não se propuseram a fazer uma análise da demanda dos empregadores por trabalhadores qualificados e ações destes visando garantir sua qualificação.Grosso modo, essas análises restringem-se a dizer que, em virtude da grande oferta de mão de obra escrava e de a economia brasileira ser basicamente agroexportadora, não se demandava ou não se justificava um investimento maior em ações de qualificação. Em síntese, há uma lacuna no que diz respeito a articular