O Vale do Paraíba cafeeiro e o regime visual da segunda escravidão: o caso da fazenda Resgate

Abstract

Nos quadros da economia-mundo capitalista do século XIX, o ocidente de Cuba, o baixo vale do rio Mississippi e o vale do rio Paraíba do Sul destacaram-se pelo domínio respectivo que cada qual exerceu sobre a produção mundial do açúcar, do algodão e do café. Nessas regiões, surgiram novas unidades escravistas, cujas plantas produtivas romperam com os padrões anteriormente vigentes no mundo atlântico. O artigo discute como o conjunto de imagens coevas relativas a essas plantations escravistas configurou um regime visual específico. O artigo toma o Vale do Paraíba como unidade de observação, examinando cuidadosamente o caso da fazenda Resgate, localizada em Bananal, São Paulo.

Ferramentas do design no ensino de Geografia

“…Isso faz com que a cultura material e imaterial sejam mantidas, principalmente, por intencionalidades e ações individuais privadas que, em geral, visam o lucro resultante da perpetuação e manutenção da história dos vencedores e do apagamento, silenciamento e invisibilidade da história de lutas e resistências dos povos indígenas e negros que viveram na região. Exemplos de elementos visuais de uma investigação sobre a arquitetura da colonial presente no Vale do Paraíba podem ser conferidos em Marquese (2010), onde o autor analisa o caso de uma das mais famosas fazendas da região: a Fazenda Resgate.…”

Paisaje, esclavitud y medio ambiente en la economía cafetalera brasileña: Vale do Paraiba, Siglo XIX

“…Empleando un dispositivo que se encontraba en los orígenes renacentistas de la pintura de paisaje, el pintor catalán abrió la "ventana" del comedor de la casa de vivienda para observar las líneas verticales de las plantaciones de café perfectamente simétricas y distanciadas, cuyo producto fluyó como la forma natural, sin la necesidad del trabajo humano, en las arcas de su propietario (Marquese, 2010 impulsado por el cántico de los jongos. Las cuadrillas de esclavos trabajaban entre las hileras de café bajo la supervisión constante y amenazadora de los mayorales, "pero si la vigilancia se aflojaba, los trabajadores aprovechaban la oportunidad para moderar la actividad mientras que los hombres y mujeres encendían sus pipas o se recostaban en sus azadas para momentáneamente limpiar el sudor" (Stein, 1990, p. 200;véase también Slenes, 2000, p. 218).…”

A segurança hídrica em pequenos Municípios: relações entre os padrões de uso e ocupação do solo e as formas de gestão de abastecimento de água

“…As grandes fazendas da elite cafeeira foram em maioria abandonadas ou vendidas a preços baixíssimos para pecuaristas, sendo esse o caminho que os ex-senhores encontraram para manter a integridade de suas propriedades e barrar a repartição de suas terras. Esses novos proprietários, que adquiriram várias das fazendas dos antigos produtores de café, foram responsáveis por ampliar a atividade pecuarista na região, alterando o espaço das antigas fazendas ao adaptá-las às novas funções (MARQUESE, 2010).…”

“…. Ainda que nesse momento o Brasil já tivesse proclamado sua independência, cabe dizer que a elite política luso-brasileira, que detinha poder no antigo regime colonial, continuou a desempenhar um papel central Com isso, o desenvolvimento do café se tornou responsável pela integração econômica do Brasil naquele momento, sua importância cresceu nas exportações brasileiras, pautando toda a produção econômica do país que deixou outras culturas de lado, marcando uma nova fase da economia brasileira(FURTADO, 2005).Nesse contexto nacional, o café se colocou fortemente na região e em pouco tempo foi responsável por mudar a paisagem natural e cultural do Vale do Paraíba, sendo essa expansão diretamente ligada ao grande aporte de mão de obra escravizada, que em seu auge desembarcou na região cerca de 60.000 escravizados(MARQUESE, 2010; MOTTA SOBRINHO,1978).A cultura cafeeira demandava, além de mão de obra escravizada, uma grande quantidade de terras para o cultivo, que era feito de forma pouco produtiva. O modo de cultivo adotado consistia no uso da técnica de coivara, uma técnica de queima da tornando-se "cidades moribundas".…”

“…al. (2019) isso é comum, pois existe uma falta de clareza por parte dos órgãos municipais sobre a quem cabe à competência das ações de saneamento nessas áreas, uma vez que as mesmas pagam impostos federais e não municipais(FERREIRA et.al., 2019) (ROBBINS, 2012;MARQUESE, 2010;QUINTEIRO;. PENNA-FIRME, 2018).…”