O presente artigo tem como objetivo investigar as motivações que acompanharam a confecção e o uso dos álbuns fúnebres de Basílio Jafet -1866-1947, o que será feito pela apreciação desse material enquanto monumento funerário de natureza doméstica. Deste modo, busca-se entender os álbuns em sua condição de coleção privada, enfatizando duas características que a literatura considera como inerentes a conjuntos desse tipo: como vocacionados à esfera pública e como fatos autobiográficos. É, portanto, em razão e por meio desses traços gerais que eles serão analisados em sua função de suporte identitário de grupo. A hipótese aqui é que, dentre as diretrizes principais da constituição e consumo deste conjunto, estão as estratégias adotadas nos círculos mais proeminentes, dentre os imigrantes sírios e libaneses, tanto em termos de ampliação e consolidação de prestígio no interior da colônia como de sua inserção no quadro maior da elite paulistana de tradição, na primeira metade do século XX.