O vício da virtude: autoconstrução e acumulação capitalista no Brasil

Abstract

SUMMARYThis conference puts into question the role of collaborative building to the improvement of habitation conditions in Brazil. It is suggested that this method should neither be estimulated nor be transformed into public policy, for it depends on unemployed workers and does not contribute to create a real-estate market.

Architectures of Democracy: Housing Movements and Progressive Architects in São Paulo (1970-1990)

“…Many activists, as well as architects and scholars, argued that the methods of work and the organization of the construction sites did not solve the problem of overexploitation of the workforce (Carvalho, 2004;Oliveira, 2006). Some of the associations required that families put in up to eighty weekly hours of work for construction and other activities (Gohn, 1991: 119), tasks that could be painstakingly exhausting to many of those worker-residents.…”

A insustentável neutralidade da tecnologia: o dilema do Movimento Maker e dos Fab Labs

“…Com a devida licença poética e um toque de ironia, poder-se-ia ainda parafrasear Chico de Oliveira, que em seu artigo "O vício da virtude: autoconstrução e acumulação capitalista no Brasil" compara o mutirão habitacional, baseado nos regimes de construção por ajudamútua, a uma espécie de apelo aos náufragos: "Salvem-se pendurando-se nos próprios cabelos" (OLIVEIRA, 2006).…”

Financiamento do desenvolvimento urbano: normas, eventos e instrumentos urbanísticos na cidade de São Paulo

“…41 De acordo com a informação retirada da pesquisa de Céline Sachs (1999Sachs ( [1990 p. 123) 42 O uso intensivo de trabalho a baixos salários nas obras é parte do processo de intensa valorização do capital pelo comando do mercado imobiliário (FIX, 2011, p.100). Na medida em que esse processo se amplia, e retira-se dos rendimentos do trabalho a parcela referente ao custo com moradia, cria-se uma massa de trabalhadores precarizados, que viabilizam a maximização dos lucros nos canteiros de obras (OLIVEIRA, 2006). 43 Considerando que, como visto anteriormente, o SFH não alterou qualquer diretriz de organização fundiária para execução dos programas habitacionais destinados à população de baixa renda, a terra continuava a ser um bem inacessível para a maior parte da população, mesmo com o elevado grau de financiamento da casa própria.…”