“…O efeito é semelhante àquele encontrado em algumas obras de Almeida Júnior, como na já citada Cozinha Caipira ou, ainda, em Apertando o Lombilho (1895). O estatuto ambíguo dessas imagens do pintor ituano também parece se refletir nas duas obras de Chambelland: se o ambiente obscuro figurado em Cozinha de interior parece ecoar o recolhimento da mulher que nele trabalha, contribuindo para um clima de relativa intimidade, poderíamos de igual maneira postular, como fez Rodrigo Naves a respeito da 'cozinha' de Almeida Júnior, que esse mesmo ambiente tem "mais o aspecto de um covil do que de uma habitação humana" 24 . Em Engenho de cana, por sua vez, os dois trabalhadores, absorvidos na atividade que foi por muito tempo identificada como a principal fonte de riqueza da região nordestina, agem sem deixar transparecer nenhum afeto: será que eles conferem ao seu trabalho o caráter sacro de uma espécie de ritual ou são simplesmente autômatos, alienados de seus árduos afezeres?…”