! RESUMO: Este trabalho tem como objetivo mostrar como o processo de conhecimento traduz-se numa estrutura triádica, cuja característica não pode prescindir da temporalidade e de seu aspecto social. De outra forma, conforme o dualismo subjacente nas teorias tradicionais, a esfera do conhecimento tornar-se-ia limitada pela inevitabilidade do recurso à coisa-em-si.! PALAVRAS-CHAVE: Cognição; conhecimento; signo; pensamento; significado; comunidade; semiose.
IntroduçãoA explicação nominalista do processo de conhecimento, ao sugerir uma visão dual deste processo, impede-nos de observá-lo no dinamismo próprio de uma inteligência que cresce no tempo. A visão dual, característica do pensamento moderno, concebe a mente como um mero receptáculo das impressões sensoriais, de forma mecânica e estática. Tal concepção não nos parece adequada a uma inteligência que aprende, a qual não se caracteriza pela atemporalidade, mas, ao contrário, é no desdobrar-se do tempo que o conhecimento se efetiva. Aceitar a relação está-tica sujeito/objeto, como o fundamento do processo de conhecimento, é dar crédito a uma forma repetitiva e neurótica de acessar a tradição, resistindo às mudanças e à criação.