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RESUMO: O conceito do trágico está de algum modo liga do à violência . O presente estudo preten de estabelecer a relaçilo essencial vigente entre violência institucional e situaçilo trágica, a situação trági ca sendo ao mesm o tempo conseqüência e denúncia da violência institucional. Assim entendido, o trági co é primeiramen te expresso sob forma poética, na arte dramá tica denominada precisamen te' tragédia; em seguida , por derivação, sob form a conceitual, na análise da própria realidade histórica . A análise da história atual poderá revelar todo o potencial trágico acum ulado na violência do poder.UNITERMOS: Trágico; tragédia ; violência do poder; violência sofrida ; violência denunciada; de núncia poética; denúncia conceitual. INTRODUÇÃO DO TEMA EAO TEMAÀ primeira vista, o significado da tra gédia é um desses conceitos que não ofere cem dificuldade à compreensão. Vincula se ele obviamente com a manifestação da violência, A surpresa porém, e quase sem pre a decepção, começa quando se procu ra conhecer a natureza dessa vinculação. Não é de per si a ação truculenta ou a tru culência do actante que define a tragédia. Nem toda truculência é trágica, o que não quer dizer que alguma vez deixe de ser violenta. Antecipando, para posterior mente fundamentar a afirmação, seja dito em seco que a situação configurada pelo conceito do trágico tem sua causa e ori gem na estrutura do poder. Procurar de terminar com precisão essa relação entre violência e estrutura de poder, é toda a pretensão deste artigo.Não se trata, como se vê, de uma postura convencional. Precisamente por isso obriga a descartar previamente a ilu são provocada pela costumeira segurança com a qual o conceito do trágico é manipulado, mesmo quando apoiado em res peitáveis tradições interpretativas. Ao contrário daquelas participações taxinô micas que Aristóteles considerava como facilmente reconhecíveis, mas que desig nava como "inominadas", chega-se à constatação que estamos agora diante de um "nome" que encobre um significado ainda ignorado. E tanto maior é a errân cia, aqui, quanto mais se o supõe obvia mente conhecido; ou, inversamente, tanto mais misterioso se revela quanto maior a preocupação em elucidá-lo.Se por um lado são descartadas as in terpretações tradicionais, por outro lado é preciso prevenir contra estereótipos ideo lógicos contemporâneos. Uma possível coincidência de expressão com eles, impli ca que se estará postulando aqui outra pauta de leitura que a deles, e a partir da qual poderão ser avaliados. A perspectiva dessa leitura, de alcance universal, não foi elaborada a partir de uma situação parti cular e de suas circunstâncias, mas tem por fundo de referência a própria história e alguns de seus avatares mais pertinentes. Está aí a razão pela qual proporciona o• Professor Titular do Departamento de Filosofia -Faculdade de Educação, Filosofia, Ciências Sociais e da Documenta· ção -UNESP -17500 -Marilia -SP -Brasil. 41
RESUMO: O conceito do trágico está de algum modo liga do à violência . O presente estudo preten de estabelecer a relaçilo essencial vigente entre violência institucional e situaçilo trágica, a situação trági ca sendo ao mesm o tempo conseqüência e denúncia da violência institucional. Assim entendido, o trági co é primeiramen te expresso sob forma poética, na arte dramá tica denominada precisamen te' tragédia; em seguida , por derivação, sob form a conceitual, na análise da própria realidade histórica . A análise da história atual poderá revelar todo o potencial trágico acum ulado na violência do poder.UNITERMOS: Trágico; tragédia ; violência do poder; violência sofrida ; violência denunciada; de núncia poética; denúncia conceitual. INTRODUÇÃO DO TEMA EAO TEMAÀ primeira vista, o significado da tra gédia é um desses conceitos que não ofere cem dificuldade à compreensão. Vincula se ele obviamente com a manifestação da violência, A surpresa porém, e quase sem pre a decepção, começa quando se procu ra conhecer a natureza dessa vinculação. Não é de per si a ação truculenta ou a tru culência do actante que define a tragédia. Nem toda truculência é trágica, o que não quer dizer que alguma vez deixe de ser violenta. Antecipando, para posterior mente fundamentar a afirmação, seja dito em seco que a situação configurada pelo conceito do trágico tem sua causa e ori gem na estrutura do poder. Procurar de terminar com precisão essa relação entre violência e estrutura de poder, é toda a pretensão deste artigo.Não se trata, como se vê, de uma postura convencional. Precisamente por isso obriga a descartar previamente a ilu são provocada pela costumeira segurança com a qual o conceito do trágico é manipulado, mesmo quando apoiado em res peitáveis tradições interpretativas. Ao contrário daquelas participações taxinô micas que Aristóteles considerava como facilmente reconhecíveis, mas que desig nava como "inominadas", chega-se à constatação que estamos agora diante de um "nome" que encobre um significado ainda ignorado. E tanto maior é a errân cia, aqui, quanto mais se o supõe obvia mente conhecido; ou, inversamente, tanto mais misterioso se revela quanto maior a preocupação em elucidá-lo.Se por um lado são descartadas as in terpretações tradicionais, por outro lado é preciso prevenir contra estereótipos ideo lógicos contemporâneos. Uma possível coincidência de expressão com eles, impli ca que se estará postulando aqui outra pauta de leitura que a deles, e a partir da qual poderão ser avaliados. A perspectiva dessa leitura, de alcance universal, não foi elaborada a partir de uma situação parti cular e de suas circunstâncias, mas tem por fundo de referência a própria história e alguns de seus avatares mais pertinentes. Está aí a razão pela qual proporciona o• Professor Titular do Departamento de Filosofia -Faculdade de Educação, Filosofia, Ciências Sociais e da Documenta· ção -UNESP -17500 -Marilia -SP -Brasil. 41
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