Morfoanatomia e ontogênese do pericarpo de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake (Fabaceae, Caesalpinioideae)

Abstract

-(Morphology, anatomy and development of Schizolobium parahyba (Vell.) Blake (Fabaceae, Caesalpinioideae) pericarp). In this work, we studied morphologic, anatomical and developmental aspects of Schizolobium parahyba (Vell.) Blake pericarp with aim to describe the fruit wall, supplying subsidies to taxonomic and phylogenetic works with Caesalpinioideae; still, we intend to identify and to relate the pericarp structures involved with fragmentation process, which culminates in seed dispersion. During fruit development we defined four stages: I -ovary; II -very young fruits with meristematic activity in pericarp; III -young fruits until its definitive size, characterized for the cellular elongation; IV -ripening fruits, including mesocarp and endocarp lignification, culminating in the pericarp fragmentation. In conclusion, the papiraceous part responsible to seed dispersion is the whole endocarp, including the sclerenchymatic stratum and inner parenchyma cells.Key words -anatomy, development, morphology, pericarp, Schizolobium parahyba RESUMO -(Morfoanatomia e ontogênese do pericarpo de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake (Fabaceae, Caesalpinioideae)). No presente trabalho, foram estudados aspectos morfológicos e anatômicos do pericarpo em desenvolvimento de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake, com o objetivo de descrever esse órgão, fornecendo subsídios para trabalhos taxonômicos e filogenéticos envolvendo a subfamília Caesalpinioideae; objetivou-se, também, identificar e relacionar as estruturas do fruto, envolvidas no processo de fragmentação do pericarpo, que culmina na dispersão das sementes. Nos frutos em desenvolvimento, foi possível a definição de quatro estádios: I -ovário; II -frutos muito jovens, com atividade meristemática no pericarpo; III -frutos jovens até seu tamanho definitivo, caracterizado pelo alongamento celular; IV -fase de amadurecimento, em que ocorre a lignificação em células mesocárpicas e endocárpicas, culminando na fragmentação do pericarpo. Do estudo ontogenético, conclui-se que a parte papirácea responsável pela dispersão da semente é o endocarpo como um todo, incluindo o estrato esclerenquimático e células parenquimáticas internas.

Anatomy and ontogeny of the pericarp of Pterodon emarginatus Vogel (Fabaceae, Faboideae), with emphasis on secretory ducts

“…This type of fruit occurs in species of Fabaceae within the genera Amburana, Pterodon, Schizolobium, Sclerolobium, and Tachigalia (Barroso et al 1999). Few anatomical studies have been undertaken with fruits from these genera, detaching the work by Pietrobom and Oliveira (2004) on Schizolobium parahyba. The pericarp section that sheds from the cryptosamara in this species is composed of the exocarp and all of the mesocarp, while the winged portion is formed only by the endocarp.…”

“…Meristematic activity in Fabaceae is usually associated with the adaxial meristem, as seen in Arachis hypogaea (Russell 1931), Dalbergia nigra (Paoli 1992), Inga fagifolia (Oliveira and Beltrati 1993), Tipuana tipu (Martins and Oliveira 2001), Hymenaea stigonocarpa (Paiva and Oliveira 2004), Schizolobium parahyba (Pietrobom and Oliveira 2004), and Pterocarpus violaceus (Nakamura and Oliveira 2005). An active subadaxial meristem is less frequently observed, but it was noted in the ontogeny of the pericarp of Dalbergia miscolobium, together with slight adaxial meristematic activity (D.D.…”

Análises ontogenéticas do pericarpo de espécies de Mimosa Linnaeus (Fabaceae, Mimosoideae)

“…anisitsii enquadram-se no tipo Trigonella, com apenas um estrato esclerenquimático em que as células estão orientadas num único sentido, paralelas ao eixo do fruto; as fibras existentes nos feixes vasculares laterais são reduzidas, não influenciando a ação do estrato esclerenquimático. O mesmo tipo foi observado, por Pietrobom & Oliveira (2004), no pericarpo de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake (Caesalpinioideae).…”

Morfo-anatomia de frutos secos em espécies de Apocynaceae: significado ecológico e evolutivo

“…A abordagem ontogenética é essencial para este tipo de interpretação, que é adotada em diversos trabalhos (Pietrobom & Oliveira 2004;Souto & Oliveira 2005 Os conceitos de exo, meso e endocarpo s.l. têm a vantagem de relacionar melhor as características destas regiões com os mecanismos de deiscência do fruto e têm sido adotados em estudos anatômicos de frutos de espécies de Apocynaceae 1994), assim como em abordagens morfológicas sobre estas plantas (Amaro et al 2006), o que foi aqui adotado.…”

“…Adotou-se o conceito mais abrangente de epicarpo, mesocarpo e endocarpo usado por 1994). A nomenclatura incluiu o conceito de regiões interna e externa das partes do pericarpo adotado para legumes (Pietrobom & Oliveira 2004) e região mediana, quando foi identificada uma estratificação adicional. Adotouse a classificação de Endress & Bruyns (2000), com as modificações apontadas por Simões et al (2004).…”