Suscetibilidade antimicrobiana de Staphylococcus spp. isolados de cães com pioderma superficial

Abstract

Foram obtidas 154 amostras de lesões cutâneas de cães com pioderma superficial atendidos no Serviço de Dermatologia Veterinária do Hospital Veterinário Universitário (HVU) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com o objetivo de determinar a suscetibilidade antimicrobiana de isolados de Staphylococcus spp. e avaliar a presença de multirresistência. Após isolamento e identificação, as cepas foram submetidas ao teste de sensibilidade aos antimicrobianos, cujos resultados evidenciaram menores percentuais de resistência à associação amoxicilina e ácido clavulânico (1,9%), cefadroxil (1,9%), cefalexina (1,9%) e vancomicina (0,6%). Os maiores percentuais de resistência foram frente à amoxicilina (60,4%) e penicilina G (60,4%). A multirresistência foi detectada em 23,4% e a resistência à meticilina em 5,8% das amostras. Pode-se concluir que os isolados de Staphylococcus spp. apresentam elevada suscetibilidade aos antimicrobianos comumente utilizados no tratamento dos piodermas superficiais em cães atendidos no HVU-UFSM, como a cefalexina e a amoxicilina associada ao ácido clavulânico, confirmando a eleição desses fármacos para o tratamento de cães com esta afecção. A suscetibilidade diminuída das cepas frente às fluoroquinolonas, também recomendadas pela literatura para o tratamento de pioderma, permite sugerir que estes fármacos não devem mais ser considerados na seleção empírica. A identificação de Staphylococcus spp. multirresistentes na população canina estudada justifica análises bacteriológicas periódicas e regionais de lesões cutâneas de cães com pioderma superficial, a fim de minimizar a seleção de bactérias resistentes, possíveis falhas terapêuticas e também motiva a antimicrobianoterapia prudente.

Vancomycin susceptibility profiles of Staphylococcus spp. isolates from domestic and wild animals

“…In the present study, the isolates showed high susceptibility to vancomycin through the two tests used, which may be due to the low use of this antimicrobial in companion animals (SILVA et al, 2014). In a study of antimicrobial resistance in S. pseudintermedius isolated from dogs, RUZAUSKAS et al (2016) observed that the isolates were only susceptible to antimicrobials of atypical use in veterinary medicine (vancomycin, linezolid and daptomycin), emphasising that such antimicrobials can only be used in the treatment of infections in humans to prevent the spread of resistance.…”

OCORRÊNCIA DE OTITE CANINA POR Pseudomonas spp. E SENSIBILIDADE DOS ISOLADOS REGISTRADOS NO LABORATÓRIO REGIONAL DE DIAGNÓSTICO NO PERÍODO DE DEZ ANOS

“…Os resultados encontrados em relação à ocorrência de otite são inferiores à casuística obtida em outros estudos, já que a otite externa canina representa um percentual expressivo dos casos atendidos na prática clínica veterinária no Brasil (GHELLER et al, 2017;OLIVEIRA et al, 2012). Conforme nossa rotina, dados de relatórios de estágio e residência e atendimentos no ambulatório veterinário (MORAES et al, 2014), demonstraram que a otite canina está entre as principais dermatopatias em cães, assim como observado por diversos autores (ARAIS, 2013;GHELLER et al, 2017;SILVA et al, 2014). A divergência entre os dados do nosso estudo e a casuística clínica relatada na literatura, pode ser explicada devido ao não encaminhamento de amostras pelos clínicos na região, que optam por tratar empiricamente os pacientes, buscando um diagnóstico de certeza apenas quando não há resposta eficaz frente a terapêutica instituída, prejudicando desta forma a resolução da enfermidade e o registro de dados, o que também está de acordo com outros autores (ARAIS, 2013).…”

Detección de Staphylococcus pseudintermedius resistentes a meticilina y a otros antimicrobianos de uso habitual en la clínica en piodermias caninas

“…La observación de altas resistencias a TMS, CIP y ERY se registraron en otro estudio similar de piodermias caninas en la Universidad de Santa María, Brasil, pero con valores más bajos que los nuestros (TMS 29,9 %,ERY 17,7 %,CIP 18,8 %). En el mismo estudio detectaron 0,6 % de resistencia a la vancomicina, resistencia que no se encontró entre los 91 aislamientos de este trabajo (da Silva et al, 2014).…”